O globo, n. 31928, 05/01/2021. Economia, p. 13

 

Inflação de alimentos deve dar trégua ao consumidor, prevê CNA

05/01/2021

 

 

Perspectiva de início da vacinação e retorno a atividades diminuem pressão

 Restrição temporária no volume de compras nos supermercados e preços do arroz nas alturas já fazem parte da memória econômica de 2020, quando a inflação de alimentos e bebidas alcançou o maior patamar desde 2002, com umaaltade14,36%.Opanode fundo da disparada de preços foi a combinação de alta do dólar, aumento da demanda global e do poder de compra do brasileiro em razão da injeção de R$ 55 bilhões por mês na economia com o pagamento do auxílio emergencial. Apesar das previsões de aumento das exportações esse ano, a expectativa é de uma pressão menor nos preços e no bolso do brasileiro.

— Os fatores que afetaram muito em 2020 começam a perder força, como uma demanda menor e um câmbio menos valorizado, que havia incentivado a exportação de alimentos. E tivemos uma alta de preços no mundo inteiro. O índice de preços da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) aumentou 11% até outubro, pois alguns países tiveram problemas com suas cadeias de distribuição enações asiáticas, que consomem muito arroz,tiveram graves casos de seca. Agente imagina que vai diminuir apressão—disse Bruno Luc chi, superintendente técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária( CNA ).

Segundo Lucchi, o início da vacinação em massa deve reduzira tensão sobre o mercado de alimentos, aliada a uma retomada ao trabalho presencial em algumas atividades. Sem todo mundo em casa o tempo todo, a perspectiva é que o consumo de arroz e feijão não repita o desempenho do ano passado. Além disso, a área plantada de arroz deve aumentar. Lucchi lembra ainda que, com o aumento da alimentação fora de casa, entre 2013 e 2019, o consumo de arroz caiu 19% e o de feijão, 10%, segundo dados do IBGE.