Correio braziliense, n. 21047, 08/01/2021. Economia, p. 6

 

Cresce medo de perder o emprego

Fernanda Strickland 

08/01/2021

 

 

O receio de perder o emprego aumentou entre a população brasileira. O Índice de Medo do Desemprego (IMD), divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 57,1 pontos em dezembro passado, acima da média histórica de 50,2 pontos. De acordo com a CNI, o indicador subiu 2,1 pontos na comparação com a pesquisa de setembro, e ficou um ponto percentual acima do registrado em dezembro de 2019.

Foram entrevistadas duas mil pessoas, em 126 municípios, entre 5 e 8 de dezembro. A pesquisa mostrou que as mulheres estão com mais medo de perder o trabalho, com indicador de 64,2 pontos; entre os homens, o índice é de 49,4 pontos.

Segundo a pesquisa, pessoas com menos escolaridade e moradores de periferias temem mais a perda do emprego. "O temor também cresceu entre os entrevistados com educação superior: o índice passou de 50,1 pontos, em setembro, para 54,7 pontos, em dezembro. Ainda assim, esse grupo apresenta o menor índice. O medo é maior entre os entrevistados com grau de instrução inferior ao ensino médio completo (59,1 pontos entre os com instrução até a 4ª série da educação fundamental e 59,2 pontos entre os com da 5ª à 8ª série)", diz a CNI.

Apesar do receio quanto ao emprego, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV) alcançou 70,2 pontos em dezembro de 2020, ficando acima da média histórica, de 69,6 pontos. Isso não ocorria desde 2014, segundo a CNI.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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Mais pedidos de seguro 

08/01/2021

 

 

Com a crise do novo coronavírus, aumentou o número de trabalhadores que precisaram recorrer ao seguro-desemprego no Brasil. Ao todo, foram 6,784 milhões de pedidos em 2020, segundo o Ministério da Economia, número 1,9% maior que o registrado em 2019, quando 6,655 milhões de trabalhadores solicitaram o benefício. Porém, a procura pelo seguro caiu nos últimos meses. Os pedidos, que chegaram a 960,3 mil em maio, recuaram para 425,6 mil em dezembro. A queda refletiu a criação de empregos formais e a concessão do auxílio emergencial, que terminou no fim do ano.