Correio braziliense, n. 21048, 09/01/2021. Política, p. 3

Republicanos apoia Pacheco

Renato Souza 

09/01/2021

A menos de um mês da votação para a escolha do novo Presidente do Senado, o Republicanos, partido do senador Flávio Bolsonaro, declarou apoio a Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato ao cargo. O político mineiro é chancelado, também, pelo atual presidente da Casa, Davi (DEM-AP). A eleição ocorre em 1º de fevereiro, e o governo atua nos bastidores para manter um aliado no posto e ganhar espaço na Câmara, onde o cargo máximo também está em disputa — entre Arthur Lira (PP-AL), postulante respaldado pelo Planalto, e Baleia Rossi (MDB-SP), do bloco dirigido pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

As articulações em torno das eleições no Congresso movimentam o Executivo e o Parlamento há semanas. Em dezembro, levou Pacheco para um jantar com o presidente Jair Bolsonaro, o que já demonstrava abertura do governo pela candidatura do parlamentar. Ao longo do mandato, defendeu pautas econômicas de interesse do Executivo e fez vista grossa para crises geradas pelo chefe do Planalto, especialmente, em relação à pandemia do novo coronavírus.

Em nota, o Republicanos afirmou que Pacheco terá como propósito manter o diálogo entre as instituições. “O Republicanos acredita que o senador Rodrigo Pacheco tem o preparo necessário para conduzir os trabalhos da Casa, com coerência e determinação, e que, de forma conciliadora, saberá lidar com as demais instituições, sempre com respeito à Constituição Federal”, diz o texto, assinado pelo senador Mecias de Jesus (RR), líder da sigla na Casa.

Embora tenha apenas dois senadores, a bancada do Republicanos indica para onde vai o governo nessa disputa, já que abriga Flávio Bolsonaro. Pacheco atraiu, ainda, o apoio do PSD e do Pros. As bancadas que fecharam com ele somam 21 votos. O PT, com seis senadores, também está prestes a compor essa aliança.

O aval dos petistas ao deputado Baleia Rossi, na disputa pela presidência da Câmara, empurra o partido a avalizar Pacheco para o comando do Senado. O motivo alegado é evitar que o MDB volte a ter o comando das duas Casas do Legislativo.

Pré-candidatos

Além de Bezerra Coelho, o MDB tem outros três pré-candidatos. Estão no páreo Eduardo Braga (AM), Simone (MS) e Eduardo Gomes (TO), que é líder do governo no Congresso. De todos esses nomes, apenas não tem qualquer aproximação com o Planalto. Apesar de Baleia Rossi, na Câmara, se apresentar como uma chapa que prega independência do Executivo, no Senado, o MDB é governista.

Para tentar barrar uma aliança do DEM com o PT, Braga — que lidera a bancada do MDB — fez, ontem, uma reunião virtual com senadores petistas. Apelou para que a sigla adie o anúncio de apoio que se prepara para fazer, na segunda-feira, mas a legenda está praticamente fechado com Pacheco. Se vencer, o líder do DEM prometeu ao PT a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), que hoje está com o Podemos.

O avanço do candidato de poderá fazer Eduardo Gomes e Bezerra Coelho desistirem da disputa. (Com Agência Estado)