O Estado de São Paulo, n.46378, 09/10/2020. Metrópole, p.A12

 

País já tem acordo para 140 milhões de doses de vacina

Marcelo Coelho

09/10/2020

 

 

Primeira parcela é paga à iniciativa global Covax; objetivo, ao lado de acordo com Oxford, é ampliar opções para o primeiro semestre

O Ministério da Saúde anunciou o pagamento da primeira parcela do acordo com a iniciativa global de vacinação Covax, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que reúne nove dos imunizantes mais promissores contra a covid. Dessa forma, garante o acesso a 140 milhões de doses de imunizantes no primeiro semestre de 2021.

Inicialmente, o Brasil deverá receber imunizantes para 10% da população pela Covax, o que equivale a 40 milhões de doses. Com Oxford, o acordo é de 100 milhões de doses.

O pagamento inicial para a iniciativa global foi de R$ 830 milhões, de um total de R$ 2,5 bilhões. O Programa Covax, do qual o Brasil faz parte, é uma aliança global que visa a acelerar o desenvolvimento de vacinas contra à covid-19 e fazer uma distribuição equitativa. Os imunizantes se somarão à produção já acordada pelo Ministério da Saúde com o laboratório AstraZeneca, que testa a vacina desenvolvida em conjunto com a Universidade de Oxford. No total, a estimativa do ministério é que o Brasil chegue a 140 milhões de doses contra o novo coronavírus na primeira metade do ano que vem.

"Foi feito um pagamento antecipado de R$ 830 milhões (à Covax Facility). Depois, de acordo com as condições contratuais será feito o restante do pagamento quando se definir um dos laboratórios (com uma vacina que se mostrar efetiva)", disse o secretário executivo da pasta, Élcio Franco. O governo federal ainda reforçou que a previsão de imunizar a população continua para o primeiro trimestre de 2021, considerando os prognósticos, acompanhamento e escala produtiva que está se desenhando, mas lembrou que "existe um possibilidade de atraso". "Nossa opção pela adesão foi de 10% da população brasileira a ser imunizada: 20.242.206 é o somatório de indivíduos com 80 anos ou mais, pessoas com comorbidades e trabalhadores de saúde", falou o secretário.

Franco também destacou que o Brasil aderiu à opção da Covax para que o País possa escolher qual vacina do portfólio imunizará a população quando estiver disponível. No total, há nove opções: Inovio, Moderna, Curevac, ThemisMerk, Oxford/AstraZeneca, Novavax, Universidade Queensland, Clover e Universidade de Hong Kong. Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou haver "esperança' de definição de uma vacina ainda este ano.

"Haviam duas opções na adesão, uma com o valor um pouco menor, mas com um risco maior. A que o Brasil aderiu foi a opção dois, em que nós poderemos escolher a vacina. Isso nos trará uma segurança para a população, uma vez que só será ofertada para a população brasileira aquela que for aprovada pela Anvisa."

Acordos individuais. O governo também informou que desenvolvedores de vacinas manifestaram interesse em negociar com o governo brasileiro. Entre eles estão os responsáveis por Sinovac (que já tem um acordo com o governo de São Paulo via Instituto Butantã), Moderna (EUA), Pfizer (EUA e Alemanha), Sinopharm (outra chinesa), Sputnik V (russa), Covax (EUA), Novavax (EUA), Janssen (Bélgica) e Merck (EUA, França e Áustria)