O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, na quarta-feira, se mantém o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) por 90 dias.

Ex-vice-líder do governo, Rodrigues foi flagrado com dinheiro na cueca durante operação da Polícia Federal (PF), na quarta-feira passada. No dia seguinte, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou o afastamento do senador. A medida precisa ser referendada pelo Senado, que já ensaia um movimento para derrubar a decisão.

A iniciativa de levar o caso ao plenário partiu de Barroso, após críticas do Senado quanto ao poder de um único ministro para afastar um representante político escolhido por voto. Coincidentemente, a liminar que afastou o senador foi tomada em um momento em que Fux defende a uniformização de decisões do tribunal.

Mesmo que o plenário do Supremo mantenha o afastamento, a ideia é empurrar a discussão sobre o futuro do mandato

de Rodrigues ao Conselho de Ética, que não está funcionando por causa da pandemia do novo coronavírus.

Para evitar um desgaste maior, colegas sugerem que Rodrigues peça licença do mandato por contra própria. Além disso, muitos senadores investigados, alguns deles réus na Lava Jato, também se preocupam com o fato de o STF começar a interferir no Legislativo.

As investigações que levaram a PF a encontrar mais de R$ 33 mil na cueca de Rodrigues miram suposta participação do parlamentar em fraudes e desvio de verbas destinadas ao combate à covid-19 em Roraima.