Valor econômico, v. 21, n. 5188, 12/02/2021. Brasil, p. A7

 

Laboratórios pesquisam eficácia de suas vacinas contra nova variante

Ana Paula Machado

12/02/2021

 

 

Cepas de Amazonas, África do Sul e Reino Unido estão na mira da indústria

A indústria farmacêutica está promovendo novos estudos de eficácia das vacinas contra a covid-19 devido à descoberta de uma variante no Amazonas. Segundo a AstraZeneca, que desenvolveu imunizante em conjunto com a Universidade de Oxford, ela está realizando pesquisas para essa variante e as que surgiram no Reino Unido e na África do Sul.

“Para a variante descoberta em Manaus, a AstraZeneca já está com estudo em curso. Mas ainda não há resultados preliminares”, disse a companhia. Já para a variante da África do Sul, ela informou que no pequeno estudo de fases 1 e 2 os dados iniciais mostraram eficácia limitada contra a doença leve. “No entanto, não foi possível determinar adequadamente seu efeito contra doenças graves e hospitalização, uma vez que os indivíduos vacinados eram predominantemente adultos jovens saudáveis.”

De acordo com a companhia, a expectativa é a de que o imunizante possa proteger contra doenças graves, pois a atividade de anticorpos neutralizantes é equivalente à de outras vacinas contra covid-19 que demonstraram atividade contra enfermidades mais graves.

O Instituto Butantan, parceiro nacional da chinesa Sinovac, também já realiza estudos de eficácia de sua vacina contra a variante descoberta no país. A expectativa, segundo o instituto, é que os resultados fiquem prontos até o fim deste mês.

A Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, informou que os estudos fase 3 de sua vacina comprovou a eficácia contra as novas variantes do coronavírus, incluindo algumas altamente infecciosas presentes nos EUA, na América Latina e na África do Sul.

“A fase 3 do estudo clínico está sendo conduzida na alta da pandemia de covid-19 em oito países, em três diferentes regiões, em um período em que a disseminação da doença tem acelerado mundo afora, resultando em uma maior exposição das pessoas ao vírus”, informou.

Procurada, a Pfizer não informou sobre a eficácia de sua vacina contra as novas variantes do coronavírus. Já a União Química, parceiro industrial do Instituto Gamaleya na Sputnik V, afirmou que contactou a Rússia para obter informações, mas até a conclusão dessa edição não havia obtido resposta.