Título: Encontro serve como preparação para cúpula
Autor: Rosa, Leda
Fonte: Jornal do Brasil, 10/11/2008, Tema do Dia, p. A2

SÃO PAULO

A reunião dos ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais do G20 colocou o Brasil e os países emergentes sob os holofotes mundiais. O encontro serviu para preparar a primeira cúpula dos líderes do G20 em Washington, marcada pelo presidente George W. Bush para o dia 15 de novembro.

Visibilidade

Essa cúpula confirma o ganho de importância dos países em desenvolvimento no cenário político e econômico mundial, apesar dos inúmeros tropeços da organização do evento na capital paulista, a começar com a falta de infra-estrutura para a imprensa nacional e estrangeira executar o seu trabalho de forma apropriada.

Há um mês, em meio ao agravamento do setor financeiro com a quebra de bancos americanos e europeus, as autoridades presentes ao encontro de outubro (no Hemisfério Norte) do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (Bird), em Washington, aproveitaram o evento para levantar a bandeira de uma reforma das instituições multilaterais, como FMI e Bird, de forma a garantir uma nova regulamentação ao mercado financeiro global.

Guido Mantega, ministro daFazenda do Brasil, que tem a presidência rotatória do G20, chamou os demais integrantes do grupo para uma reunião extraordinária em paralelo ao encontro do FMI de outubro. A surpresa da reunião foi a presença de Bush, dando um peso maior para a reunião, garantindo maior destaque para o bloco.

E, assim como em Washington, Mantega reiterou durante o encontro do G20 as mesmas bases do mesmo discurso do mês passado, reforçando a tese de uma ação coordenada dos países para conter a crise financeira global e defendeu de forma veemente uma reforma no FMI, Bird e de organismos reguladores do sistema financeiro. Também afirmou que os países emergentes querem ter maior voz tanto no FMI quanto Bird e estão dispostos a pagar por isso.