Título: China cria pacote de US$ 586 bi
Autor: Rosa, Leda
Fonte: Jornal do Brasil, 10/11/2008, Tema do Dia, p. A2

Previsão é de que a taxa de expansão econômica do país para 2009 fique entre 8% e 9%

A China anunciou um pacote de estímulo à economia de 4 trilhões de iuans, o equivalente a US$ 586 bilhões, até 2010. Segundo informações divulgadas ontem pela agência oficial de notícias Xinhua, o pacote tem a finalidade de impulsionar a demanda doméstica, com investimentos concentrados em infra-estrutura, bem-estar social, transporte, meio ambiente, inovação tecnológica e reconstrução em áreas atingidas por desastres, como o do terremoto que atingiu o país em maio. O pacote vai incluir também o aumento no financiamento a pequenas e médias empresas.

De acordo com a Xinhua, o investimento para essas áreas prejudicadas será de 20 bilhões de yuans no ano que vem, somados a 100 bilhões de yuans em construção nacional ainda neste trimestre. Nos Estados Unidos, um plano de socorro aos bancos deve ser de US$ 700 bilhões. Na Alemanha, foi anunciado um pacote de US$ 675 bilhões.

O presidente do banco central da China, Zhou Xiaochuan, disse no sábado, em São Paulo (onde participou da reunião do G-20 financeiro) que o país quer manter sua taxa de expansão

Entre janeiro e setembro deste ano o PIB chinês cresceu 9,9% em relação ao ano passado, exatos 2,3 pontos percentuais a menos que no mesmo período de 2007.

O teto de crédito dos bancos comerciais também será suprimido no sentido de canalizar mais empréstimos para projetos prioritários no interior do país.

Mais crédito

O anúncio foi feito ontem pelo Conselho de Estado. Na quarta, dia 5, o primeiro-ministro da China participou de uma reunião que definiu que a expansão do crédito deve ser "racional" e focar setores que poderão "promover e consolidar" a expansão do crédito ao consumo.

Medidas para impulsionar a demanda desde que o crescimento do Produto Interno Bruto desacelerou têm sido buscadas pelas autoridades. Apesar das condições econômicas terem piorado em outubro, economistas ficaram impressionados com o tamanho do pacote, que soma quase 14% da produção econômica anual distribuídos em pouco mais de dois anos.

Juros menores

Sem uma redução das taxas de juros desde 2002, o Banco Central da China anunciou a redução das taxas de juros nos empréstimos de um ano e da taxa de reservas obrigatórias de alguns bancos, com intuito de estimular a sua economia. Nos últimos anos, o BC chinês tentou controlar a inflação e frear a economia realizando inúmeros aumentos das taxas de juros e das reservas obrigatórias.

Em outubro, o Conselho Estatal do país anunciou um plano para ajudar o Banco Agrícola da China, maior banco rural estatal chinês, com uma injeção de capital de cerca de US$ 19 bilhões de fundos soberanos do país.