Título: Cobertura ao estilo militar
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Internacional, p. A8
BAGDÁ - A eleição iraquiana será coberta pela imprensa de todo o mundo, mas a maioria dos jornalistas ocidentais enfrenta barreiras perigosas para fazer reportagens em primeira-mão sobre o pleito.
O Iraque se tornou tão perigoso que a maioria dos repórteres quase não se aventura além dos escritórios fortificados. Muito menos circula livremente em Bagdá ou no resto do país.
Enquanto há um ano era possível percorrer 400km de carro até Mosul, no Norte, passar o dia fazendo entrevistas e depois voltar, hoje uma viagem como essa seria um ato suicida.
Às vésperas da eleição, uma entrevista com candidatos exige um planejamento militar para evitar o risco de emboscadas e sequestros.
Uma jornalista francesa desapareceu em Bagdá este mês, e as autoridades afirmam que ela foi provavelmente arrancada do carro. Muitas empresas de mídia contratam moradores locais, espalhados pelo país, para ajudar a coletar informações em locais de difícil acesso.
As embaixadas dos EUA e da Grã-Bretanha estão oferecendo transporte para os jornalistas, permitindo viagens pelo Iraque em helicópteros e comboios blindados. Embora a maioria tenha aceito o transporte seguro, alguns reclamam da limitação de movimentos e do cronograma rígido imposto pelos acompanhantes americanos e britânicos.