Título: Taxistas voltam para as salas de aula
Autor: Leandro Bisa
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília, p. D4

Medida é primeiro passo para qualificar serviços no DF; depois, virá selo padrão O primeiro passo para melhorar o serviço prestado pelos táxis do DF foi dado. Os taxistas voltaram às salas de aulas e estão sendo obrigados a passar por um curso de reciclagem. A próxima etapa é a distribuição do selo padrão. Apenas carros com quatro portas, ar-condicionado, direção hidráulica e que sejam dirigidos por motoristas que tenham passado pelo curso terão o selo, que permitirá trabalhar no Aeroporto de Brasília. O curso começou a ser ministrado na segunda-feira última. São sete dias de aulas, quatro horas por dia. Os profissionais assistem aulas de relação interpessoal, atendimento a turistas, legislação de trânsito e transporte, primeiros socorros e direção defensiva.

Cada taxista paga R$ 28 para participar do curso. Existem turmas nos turnos matutinos, vespertino e noturno. Outra turma será formada e funcionará nos sábados. Nesse caso, as aulas durarão o dia inteiro e o curso terá um mês. A responsabilidade das aulas e do conteúdo ministrado é do Serviço Social do Transporte (Sest).

O Sindicato dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários (Sindicavir) prevê que, até agosto, cinco mil profissionais passem pela sala de aula do Núcleo de Apoio ao Taxista. A primeira turma é composta apenas pelos motoristas dos veículos com o número do documento de concessão terminado em um.

O selo padrão é uma exigência da Secretaria de Transporte, determinada pela portaria 142 de agosto de 2004. A idéia é melhorar o serviço prestado em Brasília, pensando no potencial turístico da cidade, o qual o GDF vem investindo e apostando alto. A campanha Brasília em Alta, realizada em 2004, e a reforma do Centro de Convenções Ulisses Guimarães, orçada em R$ 120 milhões, são bons exemplos disso.

Além do curso, para conseguir o selo, os táxis precisaram ter menos de oito anos de fabricação, quatro portas, ar-condicionado e direção hidráulica . E os taxistas serão proibidos de vestir jeans, camiseta, tênis e chapéu. O traje oficial, diz a portaria, é calça e camisa social em cores neutras e sapato. Essas são as exigências para trabalhar no Aeroporto, local onde ocorre as corridas mais lucrativas do DF.

A presidente do Sindicavir, Maria do Bonfim Santana, afirma estar negociando com montadoras de veículos mecanismos que facilitem a compra de novos carros pelos taxistas brasilienses. Atualmente, os carro comprados por taxistas são isentos de IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e ICMS.

- Hoje, mais de 70% dos táxis têm mais de dez anos de fabricação. Com mais incentivos, poderemos renovar a frota - comentou Maria do Bonfim.