Título: Ambiente enfrenta prejuízos
Autor: Guilherme Queiroz
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília, p. D5

Enquanto o GDF não define o local do novo aterro sanitário, crescem cada vez mais as denúncias sobre os prejuízos ambientais causados pelo Lixão da Estrutural ao longo de seus 40 anos de existência. A de contaminação das hortaliças produzidas nos arredores do aterro e a suspeita de comprometimento do lençol freático da área pelo chorume - líquido escuro e tóxico resultante da fermentação dos resíduos - levaram os ambientalistas a pedir o fechamento imediato do Lixão. O GDF, por sua vez, garante que a gestão dos refugos está sob controle. Segundo o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (Eia-Rima) sobre a regularização da Vila Estrutural, divulgado em abril do ano passado, a desativação do Lixão é um passo imprescindível para o assentamento das 26 mil pessoas na região, conforme planeja o GDF. Segundo a avaliação do estudo, ''ficam comprometidas todas as medidas previstas com relação ao planejamento da ocupação e dos sistemas de infra-estrutura necessários'', caso o Lixão não seja desativado.

O Eia-Rima também serviu de base para que o Ibama elaborasse denúncia, em julho passado, sobre a contaminação das hortaliças, produzidas nas chácaras próximas ao Lixão, pelo chorume. Um estudo da Universidade Católica de Brasília apontou que as leguminosas continha metais pesados, como chumbo a 500 vezes acima dos níveis aceitáveis. O estudo também aponta contaminação do lençol freático da área.

Segundo o presidente da Belacap, Luiz Antônio Flores, entretanto, as denúncias de que o controle sobre a destinação do chorume seria falho são falsas. Ele afirma que o GDF possui estudos geológicos que comprovam que não há poluição do lençol freático pelo líquido tóxico. E acrescenta que o lixão tem mais vida útil que os dois meses fixados pela GDF, em maio do ano passado.