Título: Racha da Frente atinge até a bancada petista
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Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília, p. D3

Chico Floresta desautoriza crítica de Vigilante a Barcellos

O racha que começou na Frente Democrática chegou a uma de suas principais integranntes, a antes unida bancada petista. O deputado Chico Vigilante (PT) não encontrou respaldo em sua legenda para as declarações que fez sobre o presidente da Câmara Legislativa, Fábio Barcellos (PFL). Em resposta à reportagem publicada ontem no JB, de que Barcellos seria um presidente ''tutelado'' pela deputada Eliana Pedrosa (PFL), corregedora da Casa, o vice-presidente Chico Floresta (PT), desautorizou o colega. - Queremos reforçar cada vez mais o papel do presidente para que a Frente Democrática tenha fôlego maior. O PT não pode ser o coveiro do bloco - disse Floresta, ressaltando que ''não há deputado tutelado na Casa''. O distrital está em Porto Alegre (RS), onde participa do 5º Fórum Social Mundial.

Também eleito pela chapa única composta por acordo entre as membros do PFL, PMDB, PPS e PP, Floresta afirmou que não vai haver punição a Vigilante. Entretanto, diante dos interesses petistas em manter o bloco para sobrevivência na Câmara em ano pré-eleitoral, Vigilante deve ficar em uma posição incômoda na próxima reunião da bancada, na semana que vem. A idéia inicial dos membros da Frente era manter a união pelo menos até a composição das comissões permanentes.

Floresta ressalta que os planos para o ano legislativo são ampliar o campo de ação da Frente, ou seja, travando discussões fora do círculo que ganhou as eleições para a Mesa da Câmara.

Para os peemedebistas, as divergências não devem trazer o fim do chamado Bloco dos 13.

- Pode até acabar oficialmente, mas moralmente não. O pacto deles é federal, vem de cima - diz Odilon Aires (PMDB), fazendo referência à participação do ministro-chefe da Casa Civil na formação da Frente, como revelaram petistas à época das eleições da Mesa Diretora.

Um outro parlamentar da base governista afirma ainda que este é um ano político para os parlamentares, de ''semear''. E que apesar de frágil, a aliança deve continuar.

- Eles (membros do bloco) ficarão juntos por interesses, até onde der - acredita.