Título: Aumento só sai parcelado
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília, p. D3

Apesar da pressão, GDF não fará de uma vez o reajuste

Apesar da pressão da bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional para que Polícia Militar e Corpo de Bombeiros recebam por completo os 17% de reajuste salarial a partir de fevereiro, o GDF refez os cálculos na semana passada e bateu o martelo: a proposta de dividir o benefício dos militares não será mudada. Pelo menos não antes de um novo encontro com o governo federal, que deverá editar medida provisória autorizando o reajuste. A Secretaria de Gestão Administrativa garante que não há recursos suficientes para conceder o benefício de uma única vez, formato oferecido aos policiais civis. Durante encontro com a secretária Maria Cecília Landim, na segunda-feira, os parlamentares ainda propuseram que a primeira parcela do reajuste fosse de 10%, e não de 8,17%, como sugere o governo. No entanto, Landim apresentou ao senador Paulo Octávio (PFL) e aos deputados federais Wasny de Roure (PT), Tadeu Filippelli (PMDB) e Alberto Fraga (PTB), presentes na reunião, a planilha de impacto do reajuste sobre o Fundo Constitucional do DF. Se concedidos os 17% a civis e militares de uma única vez em fevereiro, o custo será de R$ 221,7 milhões. Rateado entre fevereiro e setembro, o valor cai para R$ 171, 3 milhões.

Mantendo o parcelamento do reajuste para militares mas subindo a primeira fração para 10%, segundo cálculos do governo, seriam consumidos R$ 182 milhões.

- Temos de reconhecer que as promoções para a corporação são boas. Mas o que são R$ 11 milhões para atender 30 mil pessoas? - questiona Fraga, referindo-se à soma das corporações da PM e CB.

O deputado conta que ontem fez uma palestra para dois mil policiais de três batalhões para explicar o parcelamento do benefício e tentar mostrar o ''lado positivo'' do aumento. Fraga, que é coronel da reserva, vai hoje conversar com outros quatro batalhões - ''foi tudo mal conduzido, medidas como essa fazem aumentar a rejeição pelo governo'', diz.

A assessoria da SGA afirma que Landim pretende levar a discussão para o governo federal, e aguarda o agendamento de uma reunião técnica com os ministérios da fazenda e do Planejamento. Segundo parlamentares, o encontro deve ser marcado para a semana que vem, e a idéia é discutir outra possibilidade de conceder o reajuste.

- Também queremos conversar com o governador, pois defendemos um tratamento isonômico - ressalta o deputado federal Wasny de Roure (PT).

O reajuste abarca 37 mil servidores da segurança no DF. E será custeado pelos R$ 2,152 bilhões do FCDF previstos para aplicação em segurança este ano.