Título: Protesto contra mudança de centro
Autor: Rafael Baldo
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília, p. D3

Famílias de pacientes fazem manifestação para que instituto que atende menores com problemas fique na Asa Norte ''Estão fazendo uso político da situação, mas apenas obedecemos a lei''. A declaração é do coordenador de Saúde Mental do Distrito Federal, Antônio Geraldo, ao comentar a situação do Centro de Orientação Médico-Psico-pedagógico (COMPP). Ontem, uma manifestação de quarenta pais de pacientes e funcionários do Centro exigiu explicações sobre a mudança do atendimento para um galpão perto da Hípica de Brasília. Antônio Geraldo garantiu que a transferência do COMPP segue uma lei federal de adequação dos serviços de saúde. Enquanto na Hípica, o prédio desocupado do Setor Hospitalar Norte seria reformado e ampliado para melhorar o atendimento. Os funcionários reclamam da distância do novo local e revelam a dificuldade no Centro.

- Estão querendo tirar a gente de um lugar já mal instalado para um galpão sem condições de trabalho. Além disso, existem ameaças de dividir a equipe para impedir as manifestações - opina a psicóloga Sheila Antoni.

Uma liminar impede a retirada do COMPP do Setor Hospitalar Norte até a adequação de um novo local estar completamente instalado. O coordenador Antônio Geraldo não soube precisar quando a montagem do galpão ficará pronto, mas garante que a mudança é temporária.

- O prazo para a reforma é de seis meses. Após a conclusão das obras na sede do COMPP, o atendimento retornará ao endereço original - afirma o coordenador. Antônio lembra que o local perto da Hípica é atendido por mais linhas de ônibus e por uma estação do metrô.

Os pacientes - menores com problemas psicológicos - duvidam da aparente facilidade. Apesar do número de linhas, o novo local é considerado de difícil acesso. A reclamação está no número de passagens e na distância das satélites. Segundo os usuários do Centro, o prédio atual do COMPP fica em um local central para todas as cidades do Distrito Federal.

- Não se pode administrar a saúde baseado em endereços. Se há um local melhor para o atendimento, não se pode recusar a oferta. Não há como mudar para ser pior, o atendimento vai melhorar - reintera Antônio Geraldo.

Outro temor é a expansão da Faculdade de Medicina do GDF (Fepecs). A primeira ampliação da Faculdade tomou uma parte do prédio do COMPP. Todo o espaço em volta do Centro virou um grande canteiro de obras para a construção de novos prédios da Fepecs.

Embora uma ampliação do COMPP esteja planejada, todo o espaço livre ao redor do prédio sede já está destinado à ampliação da Faculdade. A mudança do Centro depende do andamento da liminar no Ministério Público e da adequação do galpão perto da Hípica.