Título: Conservação das rodovias
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 27/01/2005, Brasília/Opinião, p. D2
Entrou em pauta a duplicação da BR-060, rodovia federal como o nome diz. Espera-se que a União libere recursos a curto prazo. É a que diz respeito mais de perto a Brasília, mas está longe de ser a única estrada a exigir cuidados. A recuperação de dezenas de estradas de todo o País, entre elas rodovias federais, estaduais, distritais e municipais, já deveria ser objeto de esforços dos governos há muito tempo. Algumas administrações ainda se dedicam à conservação das que estão sob sua guarda, mas são antes a exceção do que a regra. O governo federal, principalmente, tem deixado as estradas se deteriorarem a níveis inaceitáveis.
Trata-se de um problema de postura. Quando as autoridades federais falam em recuperar rodovias, fazem-no como se estivessem fazendo um grande favor à população. Falso. Estão cuidando de seus próprios interesses. Afinal, como gestores, têm a obrigação de zelar por um patrimônio construído com extremo sacrifício. Foi com o dinheiro dos impostos pagos por toda a população que se construíram essas estradas.
Claro que a deterioração das estradas brasileiras tem um custo humano elevado, traduzido nos graves acidentes e principalmente nas suas vítimas. Milhares de brasileiros feriram-se ou morreram em acidentes causados pelo mau estado das rodovias. É, talvez, o principal fator a considerar quando se fala da malha rodoviária.
Entretanto, mesmo quando se pensa apenas nos custos econômicos constata-se como sai mais barato conservar do que construir. Não restaurar as rodovias é um terrível erro de cálculo. E um crime contra o patrimônio do brasileiro.