Título: Banco garante R$ 2,5 bilhões para setores de infra-estrutura
Autor: Americano, Ana Cecília
Fonte: Jornal do Brasil, 14/11/2008, Economia, p. A20

Dos R$ 10 bilhões adicionais para o BNDES prometidos pelo Ministério da Fazenda para que a instituição possa atuar para mitigar os efeitos da crise financeira internacional, R$ 4 bilhões já estariam equacionados e R$ 2,5 bilhões já estariam disponíveis a juros de Depósitos Interbancários (DI), acrescido de uma taxa. Na prática, o um custo total equivalerá ao que é cobrado no mercado privado.

Os recursos, explicou, ontem, o presidente do banco, Luciano Coutinho, serão destinados prioritariamente a empréstimos ponte de curto prazo para financiar o início de projetos de infra-estrutura, como os envolvidos em leilões e licitações de concessões federais. Também estão na pauta linhas de crédito para o pré-embarque, favorecendo a exportação, projetos para as concessões de rodovias federais e para as concessões relativas à usina de Belmonte em 2009.

¿ Além do apoio que o BNDES dará aos projetos do PAC, financiando 70% dos recursos, pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TLPJ), o banco poderá conceder empréstimos pontes de curto prazo, de até 18%, a taxas fixas de 14,5% ao ano, mais um spread básico de 1,3%, acrescido do spread de risco, calculado em função de cada projeto ¿ declarou o dirigente. Os valores poderão representar até 20% do investimento total dos projetos.

Coutinho acredita que as empresas que concorrerão no leilão das linhas de transmissão da usina hidrelétrica do Rio Madeira, marcado para o próximo dia 26, serão as primeiras a serem beneficiadas com o dinheiro novo.

¿ Queremos criar uma rede de segurança para o investidor ¿ disse.

Segundo ele, tradicionalmente, o início dos projetos de infra-estrutura costuma ser financiado pelo setor privado, a taxas bem maiores que as praticadas pelo BNDES. Mas com a retração do sistema de crédito, a intenção é assegurar que o apetite privado pelo investimento seja mantido. (A.C.A.)