Título: Cai a concentração de renda
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 15/11/2008, Economia, p. A19

Mesmo assim, sete Estados e o Distrito federal respondem por 80% do PIB brasileiro.

Quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ¿ a soma dos bens e serviços produzidos durante um ano ¿ são provenientes de apenas oito das 27 unidades da federação, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ( IBGE) ao divulgar o documento Contas Regio nais 2006. Assim, a maior parte da renda nacional está em São Paulo, Rio, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Bahia, Santa Catarina e Distrito Federal.

A pesquisa mostra que, no período avaliado, houve desconcentração da participação das regiões na economia brasileira.

¿ Os oito estados não são os que mais crescem, mas são os mais ricos ¿ explicou o economista Frederico Cunha, ao apresentar a pesquisa.

¿ Estamos percebendo que a economia avança para outros estados, principalmente no setor de serviços e com algumas indústrias, que começam a aparecer mais perto da matéria-prima agrícola ¿ relatou. De acordo com o documento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mesmo ainda muito alta, a concent ração reduziu-se em um ponto percentual (ou R$ 23,7 bilhões) entre os anos de 2002 e 2006.

Nesse período, a região Norte elevou em 0,4 ponto percentual sua participação no Produto Interno bruto do do país, enquanto o Sul recuou em 0,6 ponto percentual.

O Distrito Federal continua tendo o maior PIB per capita (R$ 37.600), quase o triplo da média nacional (R$ 12.688) e bem à frente de São Paulo (R$ 19.548) e Rio (R$ 17.695), segundo e terceiro colocados na lista.

Na outra ponta, os Estados com os piores PIBs per capita são Piauí (R$ 4.213), Maranhão (R$ 4.6 28) e Alagoas (R$ 5.164).

Apenas oito unidades da federação possuíram PIB per capita acima da média do Brasil em 2006: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.

Entre 2002 e 2006, São Pau lo e Rio Grande Sul foram os Estados que mais perderam participação no Produto Interno Bruto: São Paulo passou de 34,6% de participação em 2002 para 33,9% em 2006, e o Rio de Grande do Sul, de 7,1% para 6,6% .

O Ceará foi o Estado brasileiro com maior crescimento econômico em 2006. De acordo com o documento Contas Regionais 2006, o PIB cearense subiu 8% em relação ao ano anterior, o dobro do crescimento do Brasil naquele ano, que ficou em 4%.

Ceará cresce mais

A economia do Ceará representou 2% do PIB brasileiro em 2006. A agropecuária cearense, com expansão de 35,5%, impulsionou o crescimento econômico do Estado. Destacaram-se a fruticultura e a safra de feijão, segundo informou o gerente de Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha.

A indústria local teve aumento de 5,3%, puxada pela construção civil, e o setor de serviços teve incremento de 6,5%. Por outro lado, o Mato Grosso teve retração econômica de 4,6% na comparação com 2005. O resultado ruim foi atribuído a problemas na produção de soja, que contribuíram para uma queda de 17,9% no desempenho da agropecuária.