Título: Setor terá crescimento menor em todo o mundo, diz OMT
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Fonte: Jornal do Brasil, 17/11/2008, Tema do Dia, p. A3

Embora só tenha sido confirmada agora pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), a expectativa de queda no turismo já havia sido prevista até pela Organização Mundial de Turismo (OMT). A informação foi divulgada pela própria presidente da Embratur, Jeanine Pires.

Segundo Jeanine, a Organização reavaliou a projeção de crescimento no fluxo de turistas no mundo depois da crise financeira internacional. A previsão, que antes era de 2% a 3% de crescimento, foi revista para 0,5% a 1%.

Segundo a Embratur, cerca de 5 milhões de estrangeiros visitam o Brasil anualmente ¿ 2 milhões deles, ou um em cada três, passam pelo Rio. A movimentação financeira gerada é em torno de US$ 300 milhões. No ano passado, o país recebeu 4,9 milhões de turistas que fizeram girar cerca de US$ 5 bilhões na cidade.

Esperança em SP e MG

Segundo o consultor em turismo Bayard Boiteux, diretor da Escola de Turismo e Hotelaria da UniverCidade, São Paulo e Minas Gerais são os estados que mais enviam turistas ao Rio. Ainda segundo Bayard, o maior concorrente da capital fluminense diante do novo cenário do turismo nacional é, principalmente, a Bahia.

A esperança de que o mercado nacional fortaleça o turismo no Rio, porém, também é baseada na própria Organização Mundial de Turismo. Segundo a instituição, 80% dos viajantes optam por trajetos de curta distância, com duração de, no máximo, quatro horas de viagem. Além disso, argentinos e chilenos têm o costume de não agendar viagens com muita antecedência.

Uma pesquisa feita por Bayard com 50 empresários do Rio e de São Paulo revelou a expectativa de crescimento de 16% no fluxo de turistas de países vizinhos, principalmente da Argentina. O estudo também mostrou otimismo com relação ao mercado nacional, que poderá crescer até 30%.

Um dos principais empecilhos para que os hermanos viagem, porém, é a atual volatilidade do câmbio. Algumas agências do Rio já registraram queda de 50% desde o início da crise. Segundo especialistas, pior do que a alta do dólar são as constantes mudanças do câmbio, que causam transtornos aos clientes, obrigados reagendar as viagens e conter gastos.