Título: Incentivo fiscal para salvar economias da crise
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Fonte: Jornal do Brasil, 17/11/2008, Economia, p. A17

Líderes mundiais enfatizaram na reunião do G-20 o papel que a política fiscal precisa exercer na recuperação do crescimento, abrindo o caminho para governos individuais discutirem detalhes nas próximas semanas: "Contra esse pano de fundo de condições econômicas deterioradas em todo o mundo, concordamos que é necessária uma resposta política mais ampla, baseada na cooperação macroeconômica mais estreita para restaurar o crescimento", disseram os líderes do grupo em comunicado.

Os cortes nas taxas de juros foram identificados como ferramenta importante, "conforme o que for apropriado para as condições domésticas", mas os líderes enfatizaram que a política fiscal terá um papel maior a desempenhar.

¿ A política monetária por si só não será o bastante para tirar a economia global desta crise. Será preciso ação fiscal, e ação fiscal adicional ¿ disse o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, considerou que a ação fiscal proporcionará "estímulo coordenado e conjunto, através do uso de medidas orçamentárias para apoiar a demanda em nossas economias. Acredito que veremos muitos países seguirem essa direção nas próximas semanas."

O presidente eleito dos EUA Barack Obama não assistiu à cúpula, cujo anfitrião foi o presidente George W. Bush. A expectativa é que, depois da posse, promova gastos públicos importantes com infra-estrutura. Em comunicado, Obama disse que apóia uma resposta conjunta à crise e está pronto para trabalhar com o G-20 para melhorar o sistema assim que assumir.

Etapas diferentes

Autoridades americanas disseram que diferentes países estão em etapas distintas de seus planos com relação a pacotes de gastos e que isso impediu a cúpula do G-20 de apresentar detalhes mais específicos sobre ações governamentais propostas.

Para o diretor do FMI, Dominique Strauss-Kahn, os contribuintes receberão mais retorno sobre seu dinheiro se os programas de gastos públicos forem coordenados entre os diferentes países.

¿ É hora de coordenação. Eu saúdo a ênfase sobre o estímulo fiscal, que é essencial agora. Os estímulos fiscais em cada país podem ser duas vezes mais eficazes em elevar o crescimento da produção doméstica se os principais parceiros comerciais dos países também tiverem um pacote de estímulos. (Reuters)