Correio Braziliense, n. 21095, 25/02/2021. Negócios, p. 7

 

Dívida pública é de R$ 5 trilhões

Natália Bosco 

25/02/2021

 

 

A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,99%, em janeiro, em relação a dezembro do ano passado, alcançando R$ 5,059 trilhões, segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional. O Plano Anual de Financiamento (PAF) prevê que a dívida fique entre R$ 5,6 trilhões e R$ 5,9 trilhões no fim de 2021.

A Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFI) cresceu 1,16%, alcançando, no mês passado, R$ 4,821 trilhões. Boa parte desse crescimento se deve ao efeito dos juros no estoque do endividamento.

"Houve um aumento na curva de juros ao longo de janeiro, um ganho de inclinação. Isso se deve basicamente a discussões sobre a trajetória fiscal. No início de janeiro, e mais concentrado no final do mês, nós tivemos muitas discussões sobre contas públicas", pontuou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital.

Já a Dívida Pública Externa apresentou queda de 2,29% e fechou em R$ 237,88 bilhões. O vencimento de títulos brasileiros em circulação no mercado internacional contribuiu para a redução desse valor.

Em janeiro, as emissões de títulos públicos somaram R$ 155,35 bilhões e os resgates totalizaram R$ 148,54 bilhões. No mês, a emissão líquida da DPF foi de R$ 6,81 bilhões. "É a primeira vez, nos meses de janeiro, que o Tesouro registra uma emissão líquida. Janeiro geralmente é, tipicamente, um mês de resgate líquido. Em janeiro de 2021, devido a esse maior volume, tivemos essa emissão líquida", informou Luis Felipe Vital.

O custo médio do estoque da dívida acumulado em 12 meses é de 8,29% ao ano, mostrando uma redução em relação a dezembro quando a taxa era de 8,37%. O custo médio do estoque da dívida em poder do mercado acumulado em 12 meses também apresentou uma pequena redução e fechou em 7,15%. Já o custo médio das emissões em oferta pública acumulado em 12 meses é de 4,65%.

De acordo com o coordenador geral de Operações da Dívida Pública, os estoques da DPF e da DPMFI representam os menores valores das respectivas séries históricas.

Caixa suficiente
O Tesouro informou, ainda, que a reserva da liquidez apresentou redução em termos nominais e fechou janeiro em R$ 805,68 bilhões. "Esse é um indicador que envolve uma série de detalhes técnicos que são importantes, uma série de complexidades. Esse número é suficiente para os vencimentos de mais de seis meses de maturação da dívida. O que eu quero dizer é que, no caso hipotético de o Tesouro não realizar nenhuma emissão, nós temos caixa suficiente para pagar os próximos seis meses dos vencimentos da dívida pública", explicou Luiz Felipe.

O coordenador explicou que o principal desafio do Tesouro Nacional se refere à questão fiscal, que tem sido preponderante para os investidores em títulos públicos. "De maneira geral, o Tesouro tem visto o comportamento dos mercados de forma bastante saudável, e tem conseguido com bastante sucesso executar rolagens e emissões para financiar a dívida", finalizou Vital.

*Estagiária sob a supervisão de Odail Figueiredo