Título: Operações de crédito tiveram queda de 20%
Autor: Totinick, Ludmilla
Fonte: Jornal do Brasil, 25/11/2008, Tema do Dia, p. A2

Guido Mantega afirmou que as operações de crédito encolheram cerca de 20%, no total emprestando na economia, desde o agravamento da crise. Isso ocorreu em boa parte pela redução de 8% para cerca de 4% das operações de Adiantamento de Contratos de Crédito (ACCs) no total de crédito, através das quais o setor exportador contratava empréstimos dando como garantia a receita de vendas futuras, aumentando os ganhos com a aplicação desses recursos no mercado financeiro, antes de efetivada a exportação. E também pela atitudade mais cautelosa que resultou na retração de atividades dos bancos de menor porte, que respondem por 15% do crédito nacional. Porém, essas fontes secaram por conta da crise.

Retração

¿ No primeiro momento da turbulência econômica mundial os bancos deixaram de emprestar pelo temor diante de um eventual agravamento das condições nos mercados; no segundo momento, voltaram a liberar o crédito, só que parte dos bancos pequenos não conseguiu recursos para voltar a emprestar; já os grandes bancos voltaram a emprestar, só que não nos mesmos patamares de juros e de prazo de antes (da crise) ¿ disse o ministro.

Com esta afirmação, o ministro reconheceu o que alguns bancos ainda estão segurando o crédito na praça, mesmo tendo sido favorecidos posteriormente pela redução dos percentuais dos depósitos à vista recolhidos por força de lei ao Banco Central.

Embora o crédito tenha caído em outubro, o presidente do banco Central, Henrique Meirelles disse na reunião que em novembro houvera uma retomada, porém menor que os patamares anteriores ao agravamento da crise.

Sobre a lucratividade apresentada pelos bancos, o titular da pasta da Fazenda disse que trata-se de uma evidência de que setor bancário brasileiro é sólido, uma vez que alguns bancos internacionais mergulham em prejuízos, e muitos quebraram.

¿ Isso mostra a solidez do sistema financeiro brasileiro, em um momento em que os bancos externos estão em situação difícil ¿ enfatizou o ministro, ao referir-se ao fato de que a fragilidade de bancos internacionais, especialmente dos Estados Unidos, foi o estopim da crise financeira mundial que já se desenhava há anos na economia mundial..

Apesar de admitir que haverá um arrefecimento da economia mundial, Mantega acredita que a recessão ficará restrita aos países desenvolvidos. Ele avalia que nos países emergentes haverá apenas uma desaceleração do crescimento econômico.

E o Brasil, frisou mais uma vez o ministro da Fazenda, é um dos países que menos sofrerão, porque encontra-se em uma posição muito favorável em relação a outras economias: o quadro fiscal, de acordo com ele, é saudável e tem menor vulnerabilidade externa.

¿ Além disso, o Brasil foi pego pela crise em um momento de forte dinamismo econômico, pois no primeiro semestre, antes da eclosão mais ostensiva de uma crise latente, apresenta