Título: Aumento de confiança eleva preço do petróleo
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Fonte: Jornal do Brasil, 25/11/2008, Tema do Dia, p. A6
Os preços do petróleo fecharam em alta de mais de US$ 4 em Nova York, sustentados por um aumento da confiança dos investidores e em seguida à ajuda concedida pelo governo dos Estados Unidos ao Citigroup. No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do West Texas Intermediate (designação do light sweet crude negociado nos EUA) para entrega em janeiro ¿ novo contrato de referência ¿ terminou em US$ 54,50, em alta de US$ 4,57, em relação ao fechamento de sexta-feira. Em Londres, o Brent do Mar do Norte fechou o pregão em US$ 53,93, em alta de US$ 4,74.
¿ Os preços estão apoiados pelo plano de ajuda ao Citigroup e pela crença de que o governo fará todo o necessário para minimizar uma recessão prolongada nos Estados Unidos ¿ explicou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
Os mercados de matérias-primas, assim como as praças financeiras se beneficiaram com o apoio público ao Citigroup. As cotações também foram favorecidas pela forte baixa do dólar, que perdia cerca de três centavos ante o euro.
Cortes na produção
A fraqueza do mercado de petróleo exige mais uma redução de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo de mais de um milhão de barris por dia (bpd), afirmou ontem o presidente do grupo. Ele destacou entretanto que o volume preciso só ficará claro em dezembro. A queda do petróleo de quase US$ 150 o barril em julho para US$ 50 levou o Irã e a Venezuela a sugerirem que o grupo corte a produção em pelo menos mais 1 milhão de barris por dia quando se reunir no sábado para negociações urgentes.
O presidente da Opep, Chakib Khelil, afirmou que é muito cedo para uma ação decisiva e que a situação do mercado só ficará clara na época da reunião do grupo, em 17 de dezembro, na Argélia. Mas confrontado com a atual fraqueza do mercado de petróleo, ele afirmou que um forte corte é necessário.
¿ Acho que, se tivéssemos uma reunião hoje, 1 milhão (de bpd) não seria suficiente ¿ disse ele a repórteres em uma conferência em Viena.
A Arábia Saudita, maior produtor da Opep, ainda não comentou publicamente a decisão do grupo. A Opep, assim como a indústria internacional do petróleo, afirma persistentemente que os consumidores vão acabar sofrendo com o preço muito baixo, já que novos projetos serão suspensos.