Título: Globalização e crescimento econômico
Autor: Matos, Sérgio Aguiar; Pereira, Thiago
Fonte: Jornal do Brasil, 25/11/2008, Economia, p. A18

Os Estados Unidos estão no epicentro a crise internacional, mas foi também responsável pelo crescimento das economias periféricas, por uma ampla injeção de liquidez e distribuição de renda. O mercado americano está também na base do crescimento da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), ao representar um suporte essencial para que a empresa deslanchasse e se tornasse um dos principais fabricantes mundiais do setor aeronáutico.

Para o vice-presidente da Embraer, Henrique Rzezinski, a crescente globalização da economia contribuiu para o crescimento dos países emergentes e "a questão que se discute agora é como se dará esse reequilíbrio. O pouso suave não ocorreu. O resto é especulação. E estamos ainda no olho do furacão", afirma. O foco dos negócios da empresa não se alterou e mantém como principais mercados os Estados Unidos e países da União Européia.

Durante palestra sobre Estratégias de Internacionalização realizada na Conferência Espanha Brasil: Parcerias, Negócios e Investimentos, Rzezinki, destacou como fatores que contribuíram para o sucesso da Embraer o investimento em educação e tecnologia e a formação de um quadro de 2 mil engenheiros aeronáuticos.

¿ Deixar de estar no estado da arte na aviação significa morrer em cinco anos ¿ afirmou.

O mercado americano foi vital para a expansão da empresa, que exporta 40% de sua produção para o mercado americano, volume que corresponde a cerca de US$ 2 bilhões em vendas.

Internacionalização

Segundo Rzezinski, as atenções da Embraer também estão voltadas para o Oriente Médio, principalmente para o mercado de business jet.

¿ Temos uma operação importante na China, uma joint venture que também constitui em uma área de interesse ¿ afirmou.

Para manter sua rota de internacionalização, Rzezinski avalia que será necessário dar continuidade ao aprimoramento da engenharia de produto e tomar decisões corretas para a proxima década.

Resta saber, diz Rzezinski, como funcionará a política na era do presidente Obama. A condução dos mecanismos multilaterais será fundamental para equacionar disputas.

¿ O lugar onde devemos estar é o Brasil ¿ afirma Luis Miguel Martin, vice-presidente da Sol Meliá. Martin aponta como um dos fatores que asseguram os investimentos no país a estabilidade política, a segurança jurídica e o crescimento econômico da classe média brasileira.

Outras áreas de internacionalização estão para ser abertas e uma delas é Shanghai, mas há o inconveniente da língua. Uma dificuldade que não existe no Brasil. A empresa comprou uma extensa área na Bahia para desenvolver um empreendimento no estado. O fato de o país ainda ter áreas disponíveis à beira mar e custos baixos torna a equação de negócios mais eficiente para a rede. (S.A.M. e T.P.)