Correio Braziliense, n. 21105, 07/03/2021. Brasil, p. 6

 

Mortes em 24h ainda acima de mil: 1.555

Sarah Teófilo 

07/03/2021

 

 

O Ministério da Saúde registrou 1.555 mortes, entre sexta-feira e ontem, chegando ao total de 264.325 vidas perdidas para a covid-19. O estado com a maior quantidade de óbitos é São Paulo, com 61,4 mil, seguido pelo Rio de Janeiro, com 33,7 mil, e por Minas Gerais, com 19,3 mil.

Nas últimas semanas, o país tem visto um aumento crescente nas mortes e nos casos da doença, com taxas de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), em diversos estados, em nível crítico. Na última quarta-feira, com o registro de 1.910 óbitos pela doença, em apenas 24 horas, o Brasil bateu um novo recorde diário.

A última semana epidemiológica (de 28 de fevereiro até ontem) no país foi a que teve a maior quantidade de vidas perdidas pela covid-19, com 10.104 óbitos. O pior número, até então, havia sido registrado na semana epidemiológica anterior (de 21 a 27 de fevereiro), com 8.244 mortes pela doença, o que mostra uma tendência de aumento na curva.

O número de casos também foi o maior nesta última semana, observando toda a pandemia, com 421,6 mil casos. A semana epidemiológica 2 (10 a 16 de janeiro deste ano), até então, foi a que apresentou a maior quantidade de registros (379). Ao mesmo tempo em que o país observa um aumento crescente nesses dados, a vacinação caminha a passos lentos.

Enquanto as mortes não param se subir, passando das mil nos registros diários, o Ministério da Saúde anunciou, ontem, um novo cronograma de distribuição de vacinas contra a covid-19, com a previsão de entrega de oito milhões de doses a menos do que o informado na última quinta-feira. A pasta, agora, prevê entregar 30 milhões de doses em março. A quantidade mais baixa é explicada pela exclusão das doses da Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, que seriam importadas da Índia.

Foi a segunda vez, na última semana, que o ministério reduziu o número de doses previstas para este mês. Na última quinta-feira, a pasta já havia anunciado 8,6 milhões de doses a menos no Programa Nacional de Imunização.

Na última sexta-feira, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, afirmou que, no Brasil, a tendência é de aumento de casos e mortes pela pandemia. "Acho que o Brasil precisa levar isso muito a sério", alertou. Ele frisou a necessidade de adotar "medidas públicas de saúde em todo o país, de forma agressiva".