Título: BNDES lucra R$ 1,5 bi em 2004
Autor: Julia Ribeiro
Fonte: Jornal do Brasil, 02/03/2005, Economia & Negócios, p. A21

Economia do país aquecida favorece resultado recorde

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) obteve lucro líquido recorde de R$ 1,5 bilhão em 2004, 44% acima dos ganhos de R$ 1,038 bi do ano anterior. O resultado do ano passado foi, segundo o diretor da Área Financeira, Carlos Kawall, influenciado pelo resultado positivo da carteira de renda variável, que refletiu o bom momento da economia brasileira e de empresas como Companhia Vale do Rio Doce e Petrobras.

¿ Os resultados, que foram recordes, se explicam pela combinação desses dois fatores: bom ano para a economia e para as empresas exportadoras ¿ resumiu Kawall.

Os recursos oriundos de renda variável, monetização de ativos e rendas de dividendos e juros sobre capital próprio somaram R$ 3,5 bilhões.

O resultado bruto da intermediação financeira foi positivo em R$ 1,8 bilhão, representando 14% do total das receitas de intermediação financeira.

A melhora na inadimplência nas operações de crédito foi outro ponto destacado para explicar o resultado recorde. Em dezembro de 2004, o índice de inadimplência de financiamentos total foi de 0,6%, contra 3,1% em 2003.

O patrimônio líquido totalizou R$ 14,1 bilhões, correspondendo a um patrimônio de referência de R$ 21,1 bilhões. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio subiu de 8,2% em 2003 para 11,1% no ano passado.

Os desembolsos para as Micro, Pequenas e Médias Empresas atingiram R$ 12,6 bi, correspondendo a 32% do total liberado em 2004 e a alta de 25% em relação a 2003.

O BNDES também anunciou mudança nos critérios de classificação dos créditos de sua carteira. Os de melhor classificação (AA) passaram a corresponder a 27,6% da carteira, contra 61,8% em 2003.

¿ O risco não mudou, a carteira é a mesma. Apenas a classificação mudou ¿ disse o superintendente José Roberto Fiorêncio.

A Provisão para Risco de Crédito atingiu R$ 4,7 bi, correspondendo a 498,7% do valor relativo a créditos inadimplentes e 3,68% do valor total da carteira de financiamentos.