Título: Estímulo ao crédito anima bolsas nos EUA
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Fonte: Jornal do Brasil, 26/11/2008, Tema do Dia, p. A2
Bovespa segue ritmo e tem segunda alta consecutiva
Os índices Dow Jones e Standard & Poor"s 500 fecharam em alta ontem, em meio a otimismo com o mais novo pacote de ajuda do Federal Reserve para tentar ressuscitar o mercado imobiliário e liberar empréstimos para consumo. O Dow Jones teve alta de 0,43% . O S&P 500 subiu 0,66% e Nasdaq, indicador das transações realizadas por via eletrônica recuou 0,50%. O Dow teve a sua primeira sequência de três sessões positivas desde agosto, enquanto para o S&P a sequência foi a primeira desde meados de setembro.
O Nasdaq fechou em queda com as ações de tecnologia atingidas por preocupações de que a demanda pode se enfraquecer depois que a Cisco Systems afirmou que fechará a maioria das operações nos EUA e Canadá por cinco dias em uma tentativa de reduzir custos.
Bovespa em alta
Após oscilar com o sobe-e-des- ce de Wall Street e dos preços das commodities, a Bolsa de Valores de São Paulo cravou a segunda alta consecutiva: o Ibovespa subiu 1,83%, para 34.812 pontos. Mas o giro financeiro foi mais uma vez estreito: apenas R$ 3,73 bilhões. A principal motivação dos investidores foi o anúncio do programa do Federal Reserve, para comprar dívida relacionada a hipotecas e ativos ligados às dívidas de consumidores dos EUA.
Pelo plano americano, o Fed, o banco central norte-americano (Fed), comprará bilhões de dólares em títulos e ativos ligados a hipotecas para elevar o fluxo de crédito imobiliário, empréstimos para estudantes, financiamentos de carros e crédito para cartões. A ação do Fed foi mais um passo para tentar descongelar os mercados de crédito e dar mais impulso à concessão de financiamentos a consumidores e empresários.
Parte do objetivo de comprar ativos hipotecários da Fannie e Freddie é provavelmente diminuir as taxas hipotecárias, o que lá na frente ajudará a estabilizar o mercado imobiliário afirmou Michael Sheldon, estrategista da RDM Financial. A notícia da nova injeção de crédito na economia ofuscou o efeito negativo das últimas informações sobre estragos provocados pela crise financeira. Dentre eles, o de que o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos teve contração de 0,5% no terceiro trimestre.
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Mais cedo, o Banco Mundial formulara projeção de que a economia chinesa crescerá em 2009 no ritmo mais lento desde 1990. A economia alemã entrou em recessão no terceiro trimestre. As notícias do Fed criaram uma caça às barganhas disse Bruno Lembi, da M2 Investimentos. Com apetite para comprar, os investidores enxergaram até notícias negativas com olhos mais condescendentes.
Como a de que a mineradora BHP Billiton desistiu de sua oferta hostil de US$ 66 bilhões pela rival Rio Tinto. Segundo operadores, isso foi visto como positivo para a Vale, que subiu 1,96%, a R$ 23,90. Mesmo Gerdau, que espera queda de 24% nas entregas do quarto trimestre e paradas em unidades da Açominas e da Siderperú, subiu 4,88%, para R$ 12,89 .Petrobras, mesmo num dia de forte queda do petróleo, subiu 0,68%, a R$ 19,36 reais. A nota negativa ficou com a Gol que caiu 5,3%, seguida por Tam, com 4,9% de queda.
O dólar fechou em queda frente ao real ontem pela segunda sessão consecutiva, depois de acompanhar a forte volatilidade do cenário internacional. A moeda norte-americana caiu 0,26%, para R$ 2,326. Os preços do petróleo nos Estados Unidos fecharam em queda de quase 7%. Na Nymex, o barril do petróleo cru para entrega em janeiro fechou em US$ 50,77.