Butantan fornecerá 426 mil doses da CoronaVaC ao dia a partir de agora; lote de 2 milhões de doses de Oxford Chega da Índia

Dois importantes passos para destravar a vacinação nas cidades onde ela foi paralisada e acelerar o ritmo nos municípios que não pararam estão próximos de serem dados. Dois milhões de doses do imunizante desenvolvido por Oxford/AstraZeneca devem chegar à Fiocruz hoje, da Índia. Em São Paulo, o Instituto Butantan promete começar, também hoje, a fornecer diariamente ao Ministério da Saúde 426 mil doses da CoronaVac.

O Ministério da Saúde não informou, ainda, como será feita a distribuição dos imunizantes repassados nessa leva. Mas disse que, no dia 27 de fevereiro, o país receberá dois lotes do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), suficientes para produzir cerca de 12 milhões de doses da vacina de Oxford na Fiocruz. Algumas cidades, como o Rio, interromperam o cronograma por falta do insumo, e não sabem quando poderão retomar o calendário.

A remessa de doses entregues hoje pelo Butantan entrará no Plano Nacional de Imunização (PNI). Ao todo, serão oito entregas diárias que, até o dia 2 de março, somam 3,4 milhões de vacinas. O GLOBO apurou que o instituto ainda trabalha para aumentar esse volume.

A entrega faz parte do contrato firmado pelo instituto com o Ministério da Saúde para o fornecimento de 46 milhões de doses. Mais 32,8 milhões de doses devem ficar prontas até abril. O governo paulista afirma já ter reservado o insumo para a fabricação dos imunizantes. Outro contrato prevê, até o fim do ano, a venda de 54 milhões de vacinas da parceria entre o Butantan e o laboratório chinês Sinovac. Por enquanto, as vacinas dependem do insumo vindo da China. Mas está prevista para outubro a inauguração da fábrica que permitirá que todo o processo seja feito no Brasil.

Os imunizantes de Oxford que embarcaram de Mumbai ontem têm previsão de chegada ao Brasil às6h 55 de hoje, pelo aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Eles seguem para o Rio após os trâmites alfandegários em voo solidário, da Latam Airlines Brasil, e desembarcam no aeroporto internacional do Galeão. Outras oito milhões de doses da vacina já foram compradas da Índia para entrega nos próximos dois meses.

As vacinas que chegam hoje serão encaminhadas para Bio-Manguinhos/Fiocruz, onde irão passar por conferência de temperatura e integridade da carga, receberão etiquetas com informações em português e terão amostras encaminhadas para análise de protocolo e liberação pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). O processo acontecerá ao longo do dia e a previsão é de que as doses estejam prontas na madrugada de amanhã.

“A importação de doses prontas da vacina é uma estratégia da Fiocruz paralela à produção de imunizantes a partir da chegada do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), para acelerar o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19”, afirma a Fiocruz.

O Ministério da Saúde também diz que a iniciativa de importar mais doses é paralela à estratégia de produção de vacinas no Brasil ,“como objetivo de aumentara oferta de imunizantes frente ao quadro epidemiológico da Covid-19”.