O globo, n. 31979, 25/02/2021. País, p. 7

 

No Senado, Alcolumbre assume comando da CCJ

Julia Lindner

25/02/2021

 

 

Ex-presidente da Casa foi eleito após acordo com o MDB, que pleiteava a presidência da comissão

Após queda de braço com o MDB, o ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DE M-A P ), assumiu o comando da Comissão de Constituição e Justiça( CC J) da Casa por aclamação, sem adversários na disputa. O senador Anto ni o Anastasia(PSD-MG)seráovice do colegiado. Os dois têm mandato de dois anos.

A escolha de Alcolumbre gerou divergências por não respeitara regrada proporcionalidade, segundo a qual o MDB, que possui a maior bancada da Casa, com 15 integrantes, deveria assumir o principal colegiado. O DEM, legenda de Alcolumbre, tem seis senadores.

A CCJ é considerada a mais importante da Casa por avaliar a constitucionalidade de matérias relevantes, como Propostas de Emenda à Constituição (PECs) e reformas estruturantes. Além disso, é responsável pela sabatina dos indicados do presidente da República ao Supremo Tribunal Federal (STF). Este ano, Jair Bolsonaro deve indicar um substituto para a vaga de Marco Aurélio, que vai se aposentar.

Alcolumbre queria se reeleger como presidente do Senado, mas no fim do ano passado, após o Supremo barrar a iniciativa, passou a fazer campanha para eleger o seu sucessor, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Desde então, mirou o comando da CCJ como forma de manter a influência na Casa.

Nas tratativas, Alcolumbre fez um acordo com o MDB para que a sigla abandonasse a candidatura de Simone Tebet (MDB-MS) na reta final da campanha, em troca de cargos na nova gestão. Com o desembarque, o MDB também passou a pleitear a CCJ.

Por fim, os emedebistas ficaram com a vice-presidência do Senado e com outras duas comissões, a de Educação e de Integração. Ainda assim, alguns emedebistas como Renan Calheiros (AL) criticaram a decisão.

Um dia antes, a posse de Alcolumbre na CCJ foi pacificada durante reunião entre Pacheco e os emedebistas Fernando Bezerra (PE) e Eduardo Gomes (TO), líderes do governo no Senado e no Congresso. Os dois prometeram que não haveria entraves para Alcolumbre.

Com a comissão mais importante da Casa, Alcolumbre quer manter influência.