Título: É preciso estimular a confiança mútua
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 30/11/2008, Tema do Dia, p. A2
No período em que os países do Bric vêm aumentando a influência global do grupo, o cônsul-geral da China, Li Baojun, destaca a importância de uma abordagem diplomática reverente à criação de modelos de desenvolvimento que reflitam a diversidade cultural dos países membros.
Porque falar em Bric agora?
Os Brics são um tema quente no cenário internacional e vem atraindo a atenção do mundo. Portanto, é importante fazermos uma avaliação dos países membros no âmbito da diplomacia, e de como os diplomatas vêem o grupo.
Sua palestra se focará na questão da diplomacia?
Vou falar basicamente sobre três aspectos. Primeiro sobre como o crescimento econômico da China, Brasil, Rússia e Índia é decisivo para a promoção do desenvolvimento em países emergentes. Em seguida, contarei como o Bric vem aumentando sua influência sobre políticas regionais e globais, e as mudanças no relacionamento com as maiores potências do mundo. Devo abordar ainda a história desses quatro países, e de como estão criando modelos de desenvolvimento que correspondem à realidade de suas próprias histórias e culturas, atraindo investimentos de maneiras distintas.
Como aproximar os países membros?
Precisamos incentivar maior integração econômica nas regiões, e para isso, os países devem cultivar as metas que têm em comum como uma ferramenta na busca para equilibrar a economia do mundo e promover o progresso mundial de forma coordenada e sustentável. Primeiro, é preciso manter o ritmo de desenvolvimento de cada nação e chamar a atenção de cada país para a questão do desenvolvimento. Os Brics devem incrementar relações bi e multi laterais com base na cooperação entre os quatro países. Sobretudo acho que é preciso dar ênfase para a discussão e coordenação de como enfrentar os problemas internacionais urgentes, participando, influenciando e dando exemplos positivos. Os Brics devem aproveitar plenamente a parceria entre seus membros para encorajar um alto nível de diálogo, coordenação e cooperação. Na área política há muito a fazer. É preciso estimular a confiança mútua entre os países através da diplomacia.
Como o sr. vê a parceria entre Brasil e China?
China e Brasil têm muitos pontos em comum sobre relevantes assuntos internacionais. Lembrem que este ano os presidentes da China e Brasil já tiveram três encontros, todos muito frutíferos. Isso é importante para promover o aumento das relações comerciais e incentivar a cooperação em assuntos internacionais.
Qual o maior desafio econômico da China?
Manter a estabilidade econômica em ritmo acelerado. Para isso, é necessário que China, Índia, Brasil e Rússia se mantenham economicamente ligados. Deste modo, os paises colaboram e conspiram para o crescimento mútuo.
(J.C.)