Título: Rio Madeira: venda de linhas de transmissão com baixo deságio
Autor: Aliski, Ayr
Fonte: Jornal do Brasil, 27/11/2008, Economia, p. A18

O governo conseguiu vender os sete lotes de linhas de transmissão de energia das usinas do rio Madeira ofertados em leilão ontem, apesar de o deságio médio ter sido de 7,15%, o menor desde 2001. Segundo o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, o magro deságio se deveu aos preços máximos estipulados pelo governo, que estão mais próximos da realidade. Kelman também atribuiu o resultado ao que classificou de menor competição.

¿ Mesmo assim, a competição permitiu levar para o menor preço possível, o país pode apostar que terá energia ¿ afirmou.

Este foi o maior trecho de linhas de transmissão licitadas no Brasil, composto por duas linhas de 2.375 quilômetros de extensão cada que serão construídos de Rondônia a São Paulo, sendo que metade ficará na floresta Amazônica.

Foi também a primeira vez que os investidores puderam optar pela tecnologia a ser usada, vencendo a de corrente contínua, hoje presente no país apenas na interligação da usina hidrelétrica de Itaipu ao Sistema Integrado Nacional. No restante do país predomina a corrente alternada.

As estatais Eletronorte, Eletrosul, Chesf e Furnas tiveram participação de destaque e garantiram o sucesso do leilão, ficando, em parcerias com outras empresas, com cinco dos sete lotes ofertados. A Cymi, de capital espanhol, ficou com os dois lotes menores.

¿ Foi um grande teste para o Brasil e o Brasil passou ¿ disse após o leilão o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim. ¿ Nesse momento que o mundo tem uma restrição e vê as empresas nacionais e estrangeiras fazendo lance, (a disputa do leilão) faz crer que a crise não chegou ao setor elétrico.