Correio Braziliense, n.21115 , 17/03/2021. Economia, p.6

 

Ministro: retomada vem com a vacinação

Rosana Hessel

17/03/2021

 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez questão de comemorar o recorde de criação de 260,3 mil vagas no mercado de trabalho formal em janeiro e voltou a defender a vacinação em massa para assegurar a continuidade do processo de retomada da economia. "A solução é vacinar em massa para garantir o retorno seguro ao trabalho", observou.

Ele interrompeu a entrevista coletiva da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho convocada para comentar os dados positivos do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para defender a imunização, principalmente, dos 38 milhões de trabalhadores informais identificados durante a pandemia que precisam continuar recebendo o auxílio emergencial. "A mensagem que eu quero deixar é: vamos vacinar. Os invisíveis ganham a vida na rua e eles estão sem condições de trabalho e vacinas", afirmou.

Mais cedo, em entrevista à CNN Brasil, Guedes, de 71 anos, disse que já queria ter se vacinado. "Acho ótimo, sou candidato à vacinação. Quero me vacinar", afirmou.

Na avaliação do ministro, os dados do Caged e a alta de 1,04% no Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) — "o dobro do esperado pelo mercado", destacou o ministro — são sinais de que a economia está em processo de retomada forte e acima das projeções. Ele não comentou o fato de as estimativas estarem cada vez mais pessimistas e revisadas para baixo, ante o agravamento da pandemia. "Em janeiro, sempre tivemos destruição de emprego. Esse resultado é realmente histórico e mostra que a economia está decolando", afirmou.

O ministro reconheceu a importância do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), mas não confirmou quando o benefício será renovado. "A máquina de emprego formal está girando. Vamos renovar o BEm justamente para garantir a geração. Estamos estudando a mudança no seguro-desemprego para pagarmos R$ 500 à empresa que mantiver o trabalhador empregado em vez de R$ 1 mil para quando ele for demitido", explicou.

Segundo Guedes, o governo está desenhando um novo formato para o BEm e pretende modificar o seguro-desemprego. Ele reafirmou a volta do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e a inclusão do crédito para o microempreendedor individual (MEI). "Estamos conversando com nossas lideranças políticas para lançar, o mais rapidamente possível, o Pronampe para micro e pequenas empresas e para o MEI também", confirmou.