Título: Atentados matam mais de 40
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Fonte: Jornal do Brasil, 31/01/2005, Internacional, p. A7

BAGDÁ e LONDRES - Além da alto índice de participação, a violência também marcou as eleições iraquianas, quando uma onda de ataques matou pelo menos 44 pessoas. A maior parte dos ataques ocorreu em Bagdá, sendo nove deles suicidas. Houve mortes - pelo menos 15 - também na queda de um avião britânico a 40 km ao Norte da capital iraquiana.

Nem em Londres, nem em Bagdá foram dadas informações precisas sobre o motivo do acidente com o avião britânico nem mesmo o porquê da presença da aeronave em um região sob controle americano. Em geral, a aeronave, um C-130 Hércules da Royal Air Force, é utilizada para conduzir tropas ou material.

O grupo do líder islâmico Abu Mussab al-Zarqawi, braço da rede terrorista Al Qaeda no Iraque, anunciou ter ''estragado a festa'' eleitoral com os ataques, realizados por treze suicidas, contra seções eleitorais em várias regiões do país.

''Outras brigadas da organização lançaram pelo menos 30 foguetes contra a Zona Verde e contra alguns dos centros de votação, e todas as áreas sunitas viram confrontos'', afirma o texto divulgado por Al Zarqawi. O comunicado foi divulgado no site do grupo na Internet e ainda não teve autenticidade comprovada.

Só em Bagdá, 27 pessoas morreram. O ataque mais grave ocorreu quando um homem-bomba explodiu na fila de um posto de votação no Leste da cidade, matando seis pessoas e ferindo nove, no luxuoso distrito de Al Zayuna.

Outro militante suicida matou quatro pessoas em um centro de votação na Cidade Sadr, um reduto xiita. Disparos de morteiro mataram duas pessoas em Bagdá e uma em Hilla. Dois policiais iraquianos foram mortos na rua próximos a outros postos de votação.

Cinco pessoas morreram e 14 ficaram feridas na explosão de uma bomba instalada embaixo de um ônibus que transportava eleitores sunitas em uma cidade ao Sul de Bagdá. Foram registradas também explosões em outros pontos do país, em Basra, Mossul e Baquba.

Mas nem todos os atentados no país foram ''bem-sucedidos''. Um suicida, que usava um casaco cheio de explosivos, foi descoberto por um grupo de eleitores que esperava em uma fila para votar em Al-Jadida, um bairro de Bagdá. O homem-bomba foi capturado momentos antes de detonar os explosivos e entregue à polícia.

A violência poderia ter sido ainda pior. O plano de segurança das eleições, que envolveu cerca de 300 mil policiais iraquianos e soldados dos EUA, conseguiu evitar vários atentados. As seções eleitorais estavam fortemente protegidas com carros de combate e veículos blindados. E os eleitores foram revistados duas vezes antes de chegar às urnas, passando inclusive por detectores de metais.