Título: Blair exalta a liberdade
Autor: WASHINGTON
Fonte: Jornal do Brasil, 31/01/2005, Internacional, p. A8

LONDRES - O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, afirmou ontem, em pronunciamento exibido pela televisão, que a ''força da liberdade foi sentida no Iraque'', em referência às eleições.

Blair ressaltou que a incipiente democracia iraquiana é ''um golpe no coração do terrorismo global que ameaça destruir'' o Iraque, o Reino Unido e o resto do mundo.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, em entrevista coletiva ontem em Abuja, na Nigéria, comemorou a alta participação nas eleições mas lembrou que os iraquianos precisam de ajuda para tomar as rédeas do seu destino.

- É o princípio, um primeiro passo em um processo democrático - afirmou Annan.

O secretário-geral afirmou que os iraquianos ainda têm um longo caminho pela frente, como o de preparar e adotar uma uma Constituição.

- Os que saíram para votar são valentes. Sabem que votam pelo futuro de seu país. Temos de estimulá-los e ajudá-los a tomar o controle de seu destino - afirmou Annan, que também lembrou da participação da ONU nas eleições iraquianas. - As Nações Unidas estão envolvidas neste processo eleitoral, em particular ajudamos a criar a comissão eleitoral - destacou.

Em um breve pronunciamento, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Angelo Sodano, afirmou que a participação nas eleições no Iraque ''são uma prova de maturidade desse povo'', apesar da violência registrada.

Em Bruxelas, o alto representante para a Política Externa e para a Segurança da União Européia, Javier Solana, disse que o dia de ontem representou um avanço ''para um Iraque democrático, livre e em paz'' e parabenizou os iraquianos que foram às urnas.

O alto representante da União Européia considerou que ''apesar das dificuldades, as eleições constituem um progresso para uma transição a um Iraque democrático, livre e pacífico''.

Em entrevista à rádio Europe 1, em Paris, o porta-voz do governo francês, Jean-Francois Copé, afirmou que as eleições iraquianas constituíram um êxito da comunidade internacional e dos Estados Unidos. O porta-voz francês considerou boa a adesão da população iraquiana, em torno de 60%, e lembrou dos obstáculos que quase impediram a realização do pleito.

- O mínimo que se pode dizer é que esta campanha foi feita em condições muito difíceis, contra uma série de dificuldades e de atentados, vítimas e mortos. Desse ponto de vista, o primeiro grande teste é o da participação - argumentou o porta-voz do governo francês.

No discurso, Copé também comentou sobre a retirada das tropas americanas do Iraque, lembrando que resolução da ONU fixa como data o final de 2005, mas que ''é preciso ver como as coisas vão evoluir agora e esperar os resultados definitivos''.

O porta-voz do governo francês também ressaltou a cooperação entre a França e os EUA, na luta contra o terrorismo.