O Globo, n. 31985, 03/03/2021. Economia, p.17

 

 

 

Após conversa com Lira, governador fala em 1ª parcela maior de auxílio

 

 

RENATA MARIZ E FERNANDA TRISOTTO

economia@oglobo.com.br

 

Após se reunir com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PPAL), o governador do Piauí, Wellington Dias, disse ontem que uma das possibilidades discutidas no encontro foi autorizar um valor maior para a primeira parcela do auxílio emergencial, em discussão no Congresso.

— Ficou um vazio (nos pagamentos) janeiro, fevereiro. Seria estudada uma alternativa, quem sabe ampliando na primeira parcela, para, a partir daí, seguir com o que vem sendo negociado com o governo —afirmou Dias.

Governo e Congresso negociam a liberação de quatro parcelas de R$ 250 a parte dos beneficiários atendidos no ano passado. Dias não especificou qual seria o valor do primeiro repasse.

O novo auxílio será definido por medida provisória (MP) após a aprovação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite que a ajuda federal seja paga fora das regras fiscais. Em contrapartida, o governo defende a aprovação de medidas de controle das contas públicas.

Também ontem, a Secretaria de Política Econômica (SPE), ligada ao Ministério da Economia, divulgou nota em que defende que a nova rodada do benefício seja acompanhada de contrapartidas que reforcem a responsabilidade fiscal.

“A prorrogação do AE (auxílio emergencial), conforme a experiência recente mostra, deve ser novamente acompanhada de um sinal da responsabilidade fiscal”, frisa a nota.

Segundo a pasta, a extensão do programa sem medidas de controle de gastos podem ter efeitos negativos, como aumento de juros.

Apesar da retomada de medidas de distanciamento social adotadas pelos estados, a secretaria afirma que há “clara tendência” de retorno da população para os locais de trabalho, com base em relatórios de mobilidade que indicam o trânsito de pessoas nas cidades.

O comunicado acrescenta ainda que “é factível fazer ajustes fiscais e ampliar programas sociais”, alegando que esse aperfeiçoamento passa por melhorias na focalização e respeito ao arcabouço fiscal.