Título: Calote e arresto de imóveis é recorde nos EUA
Autor: Willis, Bob
Fonte: Jornal do Brasil, 06/12/2008, Tema do Dia, p. A4
BLOOMBERG NEWS
Um em cada 10 mutuários americanos atrasou o pagamento das prestações do crédito da casa própria ou foi alvo de execução de hipoteca, que envolve arresto do imóvel pela instituição financiadora, durante o terceiro trimestre. Isso ocorre num momento em que a economia americana, a maior dos Estados Unidos, fechou postos de trabalho e num quadro de queda vertical dos preços dos imóveis.
A parcela dos contratos de crédito imobiliário com atraso de pagamento de 30 dias ou mais subiu para 6,99%, corrigido sazonalmente, enquanto os financiamentos já em fase de execução de hipoteca subiram para 2,97%. Ambos os percentuais representam altas recorde numa pesquisa cujo início remonta a 29 anos atrás, disse a Associação dos Bancos de Crédito Imobiliário dos EUA em relatório divulgado ontem. O aumento da inadimplência foi puxado pela alta de empréstimos com pagamentos em atraso de até 90 dias.
¿ Enquanto não assistirmos a uma recuperação no front do nível de emprego, não vamos ver esses números melhorarem ¿ disse em entrevista Jay Brinkmann, economista-chefe do grupo de bancos, sediado em Washington. ¿ Estamos assistindo a um acúmulo de contratos com 90 dias de atraso, num momento em que os bancos de crédito se empenham em modificar os contratos de financiamento e os Estados instauram programas que adiam as execuções de hipoteca.
A economia dos EUA fechou 1,91 milhão de postos de trabalho este ano, enquanto a queda dos preços das casas inviabilizou a alternativa de as pessoas que não conseguem amortizar as prestações venderem os imóveis. As folhas de pagamento das empresas caíram em todos os meses até novembro, disse o Departamento do Trabalho em Washington.
Novas execuções de hipotecas recuaram para uma parcela de 1,07% de todos os contratos, em relação à de 1,08% registrado no segundo trimestre, uma vez que alguns Estados americanos sancionaram leis para sustar temporariamente os arrestos de imóveis, ao mesmo tempo em que os bancos intensificaram esforços para modificar as cláusulas dos contratos de financiamento, disse Brinkmann.