Título: Sem ajuda, Chrysler articula moratória
Autor: Willis, Bob
Fonte: Jornal do Brasil, 06/12/2008, Tema do Dia, p. A4
A montadora americana Chrysler contratou, há várias semanas, os serviços de uma firma legal especializada em suspensão de pagamentos, assegurou ontem o Wall Street Journal no site. Se confirmada a informação, a contratação da Jones Day seria o sinal mais claro, até o momento, de que Chrysler estaria planejando a moratória caso não consiga a ajuda econômica pedida ao governo americano.
Jones Day é um destacado escritório de advogados com representações em várias cidades de América do Norte, Europa e Ásia. Desde 2006, Jones Day foi a firma encarregada de representar a fabricante de peças para o setor do automóvel Dana Corporation, durante sua moratória e reorganização.
O presidente da Chrysler, Bob Nardelli, afirmou ontem no Congresso americano que solicitou ajuda financeira ao fundo de investimentos Cerberus, que possui 80,1% da companhia, mas que não conseguiu dinheiro suficiente para sair da crise. As Três Grandes de Detroit, General Motors (GM), Ford e Chrysler, pediram de novo esta semana ao Congresso dos EUA cerca de US$ 34 bilhões em empréstimos e linhas de crédito para evitar a quebra e continuar seus planos de reforma.
China e Estados Unidos pretendem desbloquear US$ 20 bilhões adicionais para sustentar os fluxos comerciais no período de crise financeira, anunciou em Pequim o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson.
¿ Com o objetivo de sustentar os fluxos comerciais neste período de crise financeira, Estados Unidos e China anunciam hoje que seus bancos de importação-exportação vão desbloquear US$ 20 bilhões suplementares para créditos comerciais, em particular para importadores solventes nas economias em desenvolvimento ¿ declarou Paulson ao fim da quinta sessão do Diálogo Econômico Estratégico entre os dois países. ¿ Estados Unidos e China esperam que os esforços gerem um financiamento total para as exportações de até US$ 38 bilhões no próximo ano.
Os créditos comerciais estão destinados a facilitar os fluxos de bens e serviços, importações e exportações, dos quais dependem muito o comércio de matérias-primas, intermediárias ou de consumo. Uma falta de créditos comerciais pode atrasar imediatamente a produção econômica e o emprego, ao reduzir os fluxos comerciais, segundo Paulson. Durante os dois dias de reuinão em Pequim, autoridades chinesas e americanas ressaltaram a necessidade de apresentar um frente comum para combater a crise financeira atual, estimular o crescimento econômico e resistir às tentações protecionistas.