Título: Em 2009, licenças ambientais a todo o vapor
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/01/2009, País, p. A11

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, rebateu ontem as críticas feitas pela organização não-governamental Greenpeace, em matéria publicada pelo JB na última quarta-feira, a sua política de licenciamento ambiental. Responsável por 71% das 467 licenças concedidas pelo Ibama, em 2008, o ministro afirmou que os licenciamentos vão continuar porque o Brasil precisa se desenvolver e isso pode ser feito de uma maneira sustentável. Minc criticou a postura de algumas ONGs ambientalistas que, "no calor da luta contra os licenciamentos, acabam servindo de barriga de aluguel para algumas empreiteiras".

Um exemplo, segundo o ministro, seria a união do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais (FBMOS) com a construtora Odebrecht na ação judicial que paralisou, em 2008, as obras da hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira. Segundo Minc, as acusações do Greenpeace de que ele não está preocupado com o lixo atômico não procedem, uma vez que foi em sua gestão que a lista de exigências para o licenciamento da usina Angra 3 chegou a 52 itens, sendo a destinação do lixo atômico a principal preocupação.

Diferente do que foi publicado na quarta-feira, a licença do trecho da BR-319 que liga Porto Velho a Manaus foi suspensa por 90 dias ainda no ano passado. Na ocasião, foi criado um grupo de trabalho para estudar a implantação de um bolsão verde em torno da rodovia para amortecer os impactos ambientais da obra. O ministro adiantou ao JB que uma das medidas exigidas para a concessão da licença será a implantação de 14 unidades de conservação, sendo sete federais e sete estaduais.