Valor Econômico, n. 5198, v.21, 02/03/2021. Política, p.A8

 

 

 

Flávio Bolsonaro compra mansão de R$ 6 milhões em Brasília

 

 

Imóvel tem 2,4 mil metros quadrados e fica localizado em uma área batizada de “Setor de Mansões Dom Bosco”

 

 

O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, comprou no início deste ano uma mansão no valor de R$ 6 milhões no bairro do Lago Sul, região nobre de Brasília.

 

Flávio é investigado pela suposta existência de um esquema de desvios de recursos dos salários de seus assessores quando era deputado estadual da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e, na investigação, é suspeito de realizar a lavagem de dinheiro por meio da venda e compra de imóveis.

 

A compra da casa foi revelada ontem pelo site “O Antagonista”. O jornal “O Globo” também teve acesso ao registro do negócio em cartório, cujo valor da compra foi de R$ 5,97 milhões. O documento informa que o imóvel tem 2,4 mil metros quadrados, fica localizado em uma área batizada de “Setor de Mansões Dom Bosco”, e teve a aquisição registrada no dia 29 de janeiro deste ano. Constam como compradores Flávio e sua esposa Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro, casados sob comunhão parcial de bens. A vendedora é a RVA Construções e Incorporações.

 

A certidão do imóvel registra que, do total do imóvel, houve a contratação de um financiamento para o pagamento de R$ 3,1 milhões. Serão 360 prestações mensais, com taxas de juros entre 3,65% e 4,85%.

 

O BRB informou, por meio da assessoria de imprensa, que oferece taxas a partir de 3,4% ao ano mais variação do IPCA nos financiamentos imobiliários, que podem ter prazo de até 360 meses. Não informou, porém, quais as condições do contrato de Flavio Bolsonaro por causa do sigilo bancário.

 

Na semana passada, a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou as quebras do sigilo bancário e fiscal da investigação da rachadinha, acolhendo um recurso da defesa do senador. Com isso, as provas da denúncia apresentada no fim do ano contra Flávio pelo Ministério Público do Rio de Janeiro devem ser descartadas. E ontem, dois recursos apresentados pelos advogados do senador para tentar paralisar as investigações sobre o caso das “rachadinhas” foram retirados da pauta. Ainda não há data para que o julgamento seja retomado. (colaborou Talita Moreira, de São Paulo)