O Globo, n.32008 , 26/03/2021. Sociedade, p.12

País registra maior número de casos da pandemia, com 97,5 mil

Bruno Alfano

26/03/2021

 

 

Segundo o Conass, 6.370 pacientes aguardavam ontem por um leito na UTI

O Brasil registrou ontem 2.639 mortes por Covid-19. Já são 303.726 vidas perdidas para o coronavírus desde o começo da pandemia, segundo dados do consórcio formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo. A média móvel foi de 2.276 mortos, a segunda queda consecutiva após o país bater recordes em 26 dias consecutivos.

Desde as 20h de quartafeira, 97.586 casos foram registrados, elevando para 12.324.765 o total de infectados. A média móvel foi de 76.738 diagnósticos positivos, 8% maior do que o cálculo de 14 dias atrás e também um recorde histórico.

Os números do consórcio de imprensa, criado a partir de inconsistências nos dados apresentados pelo Ministério da Saúde, são apurados junto às secretarias estaduais de Saúde e divulgados diariamente às 20h.

Vinte e três estados atualizaram seus dados sobre vacinação contra a Covid-19 ontem. Em todo o país, 14.074.577 pessoas receberam a primeira dose de um imunizante, o equivalente a apenas 6,65% da população brasileira. A segunda dose foi aplicada em 4.515.631 pessoas, ou 2,13% da população nacional.

Em nota, o estado de Goiás informou que desde o início desta semana há relatos de instabilidade no Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe), sistema oficial do Ministério da Saúde para registro dos casos e óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

“Na quarta-feira, foi observado um número menor de óbitos registrados no Estado. A possível causa foi a dificuldade de salvar e atualizar as fichas de notificações”, disse o texto.

Enquanto isso, a lotação dos hospitais só se agrava. Segundo levantamento do Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass), divulgado pelo Jornal Nacional, o Brasil tinha ontem 6.370 pacientes aguardando por um leito na UTI.

Só em São Paulo são 1.500 pessoas na fila. Minas Gerais tem 714 pessoas aguardando por leito. O Rio, 582.

O presidente do conselho, Carlos Lula, diz que o número representa o colapso do sistema de Saúde nacional, que elevará o número de mortes.

— Chegamos ao limite. Vamos perder pacientes que não vão ter chan cede lutar pela vida. É oE sta do dizendo que não tem mais condições de ajudar — disse o presidente do Conass e secretário de Saúde do Maranhão. — Se o ministério não tomar as medidas nas próximas horas, as mortes passarão para quatro mil por dia.

Em nota, o Ministério da Saúde disse que desde o começo da pandemia tem prestado apoio irrestrito aos estado seque, neste ano, autorizou a abertura de 12.200 leitos de UTI em todo o país.