Valor Econômico, n. 5204, v.21, 10/03/2021. Brasil, p.A5

 

 

 

Em novo recorde, covid beira 2 mil mortes por dia no país

 

Média de óbitos também é a mais alta da série e continua a crescer

 

 

O Brasil alcançou novo recorde de mortes por covid-19 ontem, ao chegar à marca de 1.954 óbitos em 24 horas, até as 20h, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa. O total já é de 268.568 vítimas fatais desde o início da pandemia. Os números de ontem não incluem Goiás, cuja Secretaria de Saúde não prestou informações até 20h.

 

No Estado de São Paulo, onde os números também pioram, o governo João Doria (PSDB) considera a possibilidade de impor fase roxa - inédita até agora - e que significaria novas restrições ao funcionamento do comércio e dos serviços. A informação foi dada na noite de ontem pela rádio CBN. Outra medida que também está sendo planejada pelo governo, segundo a rádio, é a construção de hospitais de campanha em escolas. O primeiro seria na favela de Heliópolis.

 

No país, a média na semana móvel subiu 39% em relação ao período anterior e também foi a maior desde a chegada da pandemia ao país com 1.572 mortes por dia. Já são 48 dias consecutivos com a média móvel de mortes acima mil por dia, 12 dias acima de 1,1 mil, e pelo décimo dia a marca aparece acima de 1,2 mil. Desde o dia 27 de fevereiro foram 11 recordes consecutivos na médai móvel de mortes no país.

Com mais 69.537 contágios confirmados ontem até 20h, já são 11.125.017 os infectados pelo novo coronavírus no Brasil. A média da semana foi de 68.167 novos diagnósticos por dia, aumento de 38% em relação à semana móvel anterior.

 

Distrito Federal e 21 Estados apresentam alta na média de mortes: PR, RS, SC, ES, SP, MS, MT, AC, AP, RO, RR, TO, AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN e SE.

 

Três Estados (MG, GO e PA) têm números estáveis, enquanto apenas Rio de Janeiro a Amazonas apresentam queda na média.

 

Os dados do consórcio apontam que 4,13% da população do país receberam uma dose de vacina anticovid, ao passo que 1,40% já receberam as duas doses.

 

O consórcio de veículos de imprensa é formado pelos jornais “O Globo”, “Extra”, “Folha de S.Paulo” e “O Estado de S. Paulo”, bem como os portais UOL e G1.

 

Os dados são apurados junto às secretarias de Saúde dos Estados e do Distrito Federal. Diariamente o consórcio divulga três boletins, às 8h, 13h e 20h.

 

O Brasil está prestes a se tornar o país com mais novas mortes por

covid-19, segundo o site Our World Data, uma das referências sobre o tema. Com dados até segunda-feira (8), o Brasil tinha uma média de 1.525 óbitos, ante 1.563 nos Estados Unidos. A diferença é que a curva americana está em queda, enquanto a brasileira é ascendente.

 

No seu pior momento, em janeiro deste ano, a média de mortes nos EUA pela doença era de mais de 3,4 mil - no Brasil ela nunca esteve tão alta. Desde o fim de julho do ano passado, o Brasil não liderava o ranking global de óbitos. Nos EUA, 18,4% da população já recebeu ao menos uma dose da vacina, ante 4,1% dos brasileiros.

 

Pelos dados do Ministério da Saúde, o país também alcançou recorde. O número de mortes em 24 horas (até 17h30 de ontem) foi 1.972, segundo o ministério. O total é de 268.370. O pico anterior, visto em 3 de março, foi de 1.910 mortes. Os casos confirmados pelo levantamento oficial somam 11.122.429, com 70.764 novos diagnósticos ontem.

 

Segundo o ministério, são 9.843.218 pacientes recuperados da doença e 1.010.841 sob acompanhamento. São Paulo é o Estado com mais mortes (62.101) e casos confirmados (2.134.020) de covid-19. Minas Gerais é o segundo Estado com mais casos (928.402) e o Rio de Janeiro é o segundo com mais óbitos (33.824).