Título: Testemunhas de defesa prestam depoimento
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 26/02/2005, Rio, p. A15

Companheira de Jossiel diz que ele foi coagido

A juíza Maria Tereza Donatti, da 29ª Vara Criminal do Rio, ouviu na quinta-feira três testemunhas de defesa do caseiro Jossiel Conceição dos Santos, acusado de matar o casal de americanos Zera Todd e Michelle Staheli. O assassinato do estrangeiros, que moravam no Rio, ocorreu em novembro de 2003. Em seu depoimento, a companheira do caseiro disse que ele teria confessado os crimes por ter sido pressionado e ameaçado de morte por policiais. Uma nova audiência será marcada pela juíza para ouvir os depoimentos de mais duas testemunhas requeridas pela defesa do caseiro.

Jossiel respondia ao processo em liberdade. No dia 14 de dezembro do ano passado, porém, os desembargadores da 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça (TJ) deram provimento a um recurso do Ministério Público (MP) estadual, que entende que o caseiro tem que ser mantido preso até o julgamento do processo, e decretaram a sua prisão preventiva.

O casal Zera Todd e Michelle Staheli morreu após ser golpeado, no dia 30 de novembro de 2003, em casa, no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.

Jossiel foi preso no dia 1º de abril de 2004, sob a acusação de pular o muro de uma casa localizada no mesmo condomínio onde ocorreu o crime. Na época ele trabalhava como caseiro em um imóvel vizinho ao do casal assassinado.

No entanto, um dia após ser detido, Jossiel deixou a cadeia porque a Justiça não aceitou o pedido de prisão. Ele voltou a ser preso, e novamente foi libertado.

Desde que foi preso pela primeira vez, o caseiro apresentou diferentes versões sobre o crime. Em algumas, disse ter assassinado o casal. Em outras, afirmou que apenas facilitou a entrada dos criminosos.

Depois de sua primeira confissão, o caseiro apresentou um pé-de-cabra com o qual teria assassinado o casal. Não foram encontrados vestígios de sangue das vítimas na ferramenta. No entanto, exames detectaram vestígios de sangue do casal na roupa de Jossiel.

Em junho, em depoimento na 29ª Vara Criminal do Rio, ele afirmou que confessou o crime coagido sob tortura policial. Josiel disse, ainda, que as roupas em que testes de DNA detectaram presença de sangue foram adquiridas depois do crime que matou o casal Staheli. Ele afirmou à Justiça que todas as roupas que possui foram apreendidas pela polícia em sua casa e na casa em que trabalhava.