A tragédia brasileira vai na direção oposta do declínio de novas mortes globalmente por causa da pandemia. O novo balanço da OMS coincide com estudo da Fiocruz que conclui que o Brasil enfrenta, hoje, o maior colapso sanitário e hospitalar de sua história.
O avanço do vírus no Brasil causa ainda mais preocupação entre especialistas no exterior com as declarações do novo ministro indicado para a Saúde, Marcelo Queiroga, de que foi convocado pelo presidente Jair Bolsonaro para “dar continuidade” ao trabalho realizado até o momento no combate à pandemia no país.
Em seu balanço semanal, a OMS contabilizou 58.698 novas mortes na última semana, num declínio de 3% globalmente em relação à semana anterior.
Já o Brasil aparece com o maior número de mortes na semana, com 12.335 novas vítimas, representando 5,8 novos óbitos por 100 mil habitantes. O aumento de vítimas no país foi de 24%.
Ao mesmo tempo, nos EUA, houve uma baixa justamente de 24% no número de mortes no mesmo período. Nos EUA, a taxa foi de 2,8 novas mortes por 100 mil habitantes. O México teve 3,3 novos óbitos por 100 mil habitantes, numa alta de 16% em relação à semana anterior.
Conforme a OMS, no mundo, o número de novas contaminações de covid-19 aumentou 10% na semana encerrada no dia 14, para cerca de 3 milhões - mas, no Brasil, a alta de casos é de 20%.
O Brasil registrou 494.153 novas infecções, sendo 232,5 novos casos por 100 mil habitantes. Em seguida, vêm EUA (461.190, alta de 8%), França (161.159, mais 12%), Itália (151.076, mais 12%) e Índia (148.249, mais 30%).
As Américas e a Europa continuam a representar mais de 80% de novos casos e de novas mortes provocadas pelo coronavírus. Na semana passada, o Brasil, os Estados Unidos e o México reportaram 85% das mortes nas Américas por causa do vírus.
O balanço da OMS calcula que a pandemia já causou 1,268 milhão de mortes. No Brasil, a estimativa utilizada pela OMS é de 275.105 mortes até o dia 14, ou 10% do total mundial.