Valor Econômico, n.5211, 19/03/2021. Brasil, p.A6
Presidente questiona a eficácia de imunizantes
Matheus Schuch
19/03/2021
“Onde tem vacina para vender? Olha o que aconteceu agora, eu não quero falar a marca, mas tem uma vacina que uns dez países não vão aplicar mais”, argumentou. “Se outros países não estão aplicando, no mínimo é um lote suspeito.”
Diversos países da Europa suspenderam o uso das doses da AstraZeneca por suspeita de relação do imunizante com a formação de coágulos sanguíneos. Ontem, porém, países como Alemanha e França retomaram a aplicação após a agência reguladora médica europeia comprovar segurança. A vacina é desenvolvida também no Brasil em parceria com a Fiocruz.
O presidente ainda ironizou o desempenho em testes da Coronavac, vacina chinesa que hoje representa a maior parte das doses aplicadas no Brasil.
“Como é uma emergência, a Anvisa acaba dando sinal verde, como deu para a Coronavac por cinquenta e não sei quantos por cento de chances, um pouquinho a mais estaria abaixo dos 50%”, frisou, entre risos, se referindo ao nível de eficácia geral da vacina.
Mais uma vez sem citar nomes, Bolsonaro disse que “outra empresa grande conhecida aí tem 20 milhões de doses e não consegue vender”, mas não teria entregue pedido de avaliação Anvisa.
O aval da agência, explicou, também foi o motivo para o país não ter firmado contrato no ano passado com a Pfizer, fabricante americana que, agora, recebeu apelos do governo brasileiro para ampliar o envio de doses.