Título: Emprego e renda em recuperação
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 26/02/2005, Economia, p. A17
A passagem do ano de 2004 foi benéfica para o emprego e a renda do trabalhador país. A taxa de desocupação registrou 10,2% em janeiro, contra os 11,7% verificados em igual mês do ano passado, apesar da alta de 0,6 ponto percentual no número de desempregados entre dezembro e janeiro de 2005. No Rio, a alta temporada do turismo, que este ano trouxe 3,5 milhões de pessoas ao estado, segundo a Embratur, fez o indicador despencar 1,5 ponto percentual em doze meses e 1,2 ponto em um mês, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nas seis regiões pesquisadas do país, os salários engordaram 2,2% ante janeiro de 2003, atingindo R$ 919,80.
- Além da alta na renda, houve melhora na qualidade do emprego - atesta Cimar Pereira, gerente da Pesquisa Mensal de Emprego.
- O aumento de vagas é influência direta da melhora na economia - avalia o professor Claudio Considera, do Ibmec.
O aumento do desemprego no país na comparação mensal, no entanto, já era esperado.
- Em janeiro, há dispensas por conta das contratações temporárias de dezembro.- explica Cimar Pereira.
O economista João Saboia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, concorda. Para ele, a alta mensal do desemprego não significa piora do mercado. Mas ele acha que a renda ainda não acompanha o avanço do mercado em termos de vagas.
A boa notícia que veio do Rio, com alta de 14,3% no número de vagas entre dezembro e janeiro, é explicada pela alta temporada do turismo.
- A expansão se baseou no segmento de serviços, que concentra as atividades de recreação e turismo. Houve alta de 3,8% no percentual de pessoas ocupadas desse setor, compensando a queda nos demais. A proximidade com o carnaval fez as empresas desse segmento, especialmente na área de turismo, segurarem os contratados temporários. Não quero fazer previsões, mas o esperado é que volte ao nível anterior quando acabar o período de alta no turismo - comenta Cimar.
Outros setores com vagas em alta em janeiro no Rio foram a indústria (1,5%) e o comércio (2,3%). O número de desocupados aumentou nos segmentos de construção civil (1,7%), serviços a empresas (2,9%), educação e saúde (1,6%) e serviços domésticos (3,8%).
Já o rendimento dos trabalhadores fluminenses elevou-se 3,2% em relação a dezembro e 8,6% na comparação com janeiro de 2004. Os trabalhadores com carteira ganharam 3% a mais, os sem carteira tiveram alta de 11,1% e os trabalhadores por conta própria expandiram o rendimento em 1,9%.
O secretário estadual de Trabalho e Renda, Marco Antônio Lucidi, comemorou os resultados do emprego no Rio.
- São menos 400 mil desocupados no estado, com a força do turismo. O Rio, nos últimos 24 meses, teve o menor desemprego do país. Os novos projetos siderúrgicos e petroquímicos devem aumentar, em 3 anos, a população ocupada em 20% em empregos diretos e indiretos.