Título: DF exporta US$ 1,8 milhão em janeiro
Autor: Kelly Oliveira
Fonte: Jornal do Brasil, 03/03/2005, Brasília, p. D4

Com alta de avicultura, pedras semipreciosas e informática, vendas quase dobram de um ano para cá

As exportações brasilienses alcançaram US$ 1,8 milhão, em janeiro, um crescimento de 95,5%, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo Ministério do Desenvolvimento. Os principais países de destino foram a Arábia Saudita (US$ 1,1 milhão), Hong Kong (US$ 382,4 mil) e Emirados Arabes Unidos (US$ 107,5 mil). As importações alcançaram US$ 58,9 milhões contra S$ 18,7 milhões, em janeiro de 2004. O DF representa apenas 0,02% das vendas externas totais do país, mas o secretário da Agência de Desenvolvimento Econômico, Afrânio de Souza, acredita na mudança desse cenário. Ele prevê que as exportações alcancem US$ 50 milhões, este ano. Em 2004, o resultado foi US$ 28,9 milhões.

-Estamos trabalhando no aprimoramento dos produtos brasilienses exportados. Os empresários precisam investir em valor agregado e no design das embalagens - afirma.

Para o 1º vice-presidente da Federação das Indústrias do DF (Fibra), Ricardo Caldas, a saída é estimular o treinamento de empresários, por meio de seminários. Outro incentivo é a criação de consórcios, como o Brains, de softwares, o Brasília Export, de móveis e a Flor Brasil, de moda praia.

- As exportações no DF estão vencendo um estado de inércia. Aos poucos vamos alcançando mais mercados - prevê.

A força do DF está na avicultura, pedras preciosas e tecnologia da informação.

- Queremos estimular também a floricultura, suinocultura e avicultura. Como Brasília não tem áreas vastas para a agricultura, temos que priorizar cultivos que ocupam menos espaço - explica.

Segundo o secretário, são necessários de oito a dez meses, entre o momento que o empresário decide exportar e a conclusão da venda. Isso porque é necessário planejamento, conhecimento de mercado e o cumprimento das exigências do país importador.

Das 27 unidades da federação, o DF ocupa a 25ª colocação no ranking dos estados exportadores, à frente apenas do Acre e de Roraima.

O Programa Estado Exportador, voltado para estados que exportam menos de US$ 100 milhões, lançado em 2004 pelo Ministério do Desenvolvimento, ainda está no plano das discussões no DF. O secretário afirma que está trabalhando em conjunto com o Sebrae e o Governo Federal para estimular as empresas brasilienses, a maioria micro e pequenas.

- Tem que ser criada uma cultura de exportação - argumenta.

Com relação às importações, o secretário explica que Brasília é uma cidade atípica, porque a maioria das importações é do Governo Federal e de empresas que importam e enviam os produtos para outros estados. Os principais importadores, em janeiro, foram o Ministério da Saúde (US$ 36,4 milhões), a empresa Betra Comércio Internacional (US$ 3,4 milhões) e o Senado Federal (US$ 2,8 milhões).

O secretário avalia que participação do setor produtivo está crescendo em comparação com setor público. Segundo ele, há 10 anos, o setor público era responsável por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do DF. Atualmente, o setor produtivo conseguiu alcançar um parcela maior, 50%.

- Brasília não é mais só uma cidade administrativa, é de oportunidades - afirma.