Título: Brasil: exemplo de economia verde
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Fonte: Jornal do Brasil, 12/12/2008, Vida, p. A24

Desastres naturais atingiram 18 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe

No encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre mudanças climáticas em Poznan, na Polônia, que termina hoje, o secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, citou o Brasil como um exemplo de "economia verde" que o resto do planeta precisa seguir.

¿ O Brasil construiu uma das economias mais verdes do mundo, criando milhões de empregos neste processo ¿ disse.

Além do representante máximo da ONU, líderes de 61 países discursam no plenário, antes do início das negociações que vão encerrar o encontro. Moon fez um apelo para que a crise econômica mundial não impeça avanços no combate ao problema.

Ontem, a ONU informou que os desastres naturais como inundações, ciclones e secas atingiram 18 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe desde o começo do ano. Dos atingidos, mil morreram, sendo 60% a 70% em decorrência de deslizamentos de terra.

Conforme o relatório, os desastres causaram, ao todo, prejuízo de US$ 7 bilhões. Cerca de 80% do valor é correspondente a danos causados por inundações.

¿ Não posso dizer se é por causa da mudança climática ou de outras razões, o que podemos afirmar é que a tendência está clara: cada vez mais fenômenos meteorológicos inesperados ocorrem e causam danos extraordinários na região ¿ diz Gérard Gómez, chefe do escritório regional do Escritório de Coordenação de Ajuda Humanitária (Ocha).

Segundo o Ocha, as primeiras vítimas são sempre os mais pobres e os mais vulneráveis.

¿ Esta é a região do mundo com maiores desigualdades. No total, 75% da população estão concentrados nas cidades, onde os pobres são totalmente invisíveis ¿ afirmou Gómez, que pediu aos governos que aumentem suas contribuições em ajudas humanitárias e dêem mais informações à população sobre prevenção. ¿ É preciso repetir, para cada US$ 1 investido em prevenção, economizamos US$ 7 em atuações de emergência.

União Européia

Ao mesmo tempo em que os ministros se reúnem na Polônia, em Bruxelas os chefes de Estado da União Européia (UE) devem concluir suas propostas de políticas de energia e clima. Um dos pontos mais polêmicos são as metas para redução das emissões.

As decisões tomadas em Bruxelas devem ter um impacto direto sobre as negociações em Poznan, já que a liderança da UE é considerada fundamental, em um momento de crise econômica e em que os Estados Unidos estão à espera da posse do presidente eleito Barack Obama.