Título: Chinaglia defende nova análise da PEC
Autor: Carneiro, Luiz Orlando
Fonte: Jornal do Brasil, 20/12/2008, País, p. A4

A iniciativa da Câmara de barrar a promulgação da PEC que aumenta o número de vereadores em todo o país promete deixar cicatrizes entre as cúpulas das duas Casas Legislativas. Apesar de sustentar que não há uma crise, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), deixa claro em seu discurso que o mal-estar foi criado com o anúncio de que o Senado vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar garantir a validação da PEC.

Chinaglia tentou desconstruir o argumento do Senado de que não houve uma interlocução antes da suspensão da PEC pela Mesa Diretora da Câmara e cobrou dos senadores uma postura semelhante, tendo em vista que foi a Casa que mudou substancialmente o texto.

Redução de gastos

¿ A PEC que nós aprovamos tinha dois pilares: o número maior de vereadores e a redução dos gastos ¿ afirmou Chinaglia. A diferença é que a Câmara aprovou a redução dos gastos. O Senado deixou de lado a redução de gastos. Só na reunião da Mesa, nos demos conta que teríamos que promulgar parte da PEC. A Mesa teve que decidir entre a vontade do plenário da Câmara e a vontade do plenário do Senado. É fácil a conclusão que temos o dever de respeitar nossos pares.

Em relação às críticas de senadores que questionaram o ato da Mesa Diretora, Chinaglia contra-atacou dizendo que estes parlamentares deveriam discutir a questão com líderes de seu partido que participaram do encontro.

¿ Senadores se sentiram contrariados e então primeiro fingiram alguns que não sabiam que a decisão foi unânime, fingiram que os seus representantes da Mesa não participaram ¿ observou o presidente da Câmara. ¿ Ao atacarem Mesa, estão querendo passar para a sociedade que a decisão foi monocrática, mas alguns que disseram isso, o representante foi o primeiro a falar na Mesa e questionar a promulgação. (Folhapress)