Título: Minc quer recursos para a Amazônia
Autor: Abade, Luciana
Fonte: Jornal do Brasil, 23/12/2008, Tema do Dia, p. A6

Ministro pedirá a Sarkozy dinheiro para fundo de preservação da região

Luciana Abade

BRASÍLIA

O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, julgou pertinente a posição do presidente da França, Nicolas Sarkozy, de defender a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Conselho Permanente de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) como líder na questão ambiental. E adiantou ao JB que no encontro que terá hoje com o presidente francês pedirá recursos para o Fundo Amazônia.

A preservação da Amazônia e a necessidade de priorizar o uso de energia de fontes renováveis permeou ontem a pauta ambiental do primeiro encontro entre os presidentes Lula e Sarkozy durante a II Cúpula Brasil-União Européia. O líder francês ressaltou na ocasião que o conselho da ONU "precisa" do presidente brasileiro na posição de líder ambiental.

Para o ministro do Meio Ambiente, Lula não só está apto a ocupar essa posição, como tem se empenhado nisso ao afirmar constantemente que a produção de etanol será intensificada, mas não afetará as áreas de preservação.

¿ O Brasil tem tudo para exercer esse protagonismo ¿ disse Minc. ¿ Agora precisamos de fatos e não ficar só nos discursos. Lula tem bancado que precisamos cumprir as metas de redução de emissões e o nosso Plano Nacional de Mudança de Clima tem sido muito elogiado por todo o mundo.

Lula destacou ontem as metas do plano brasileiro de reduzir 71% do desmatamento da Amazônia até 2017, o que representa menos 4,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono emitidos.

Cobrança

Ao contrário do que tem sido noticiado pela imprensa há alguns dias, Minc não acredita que no encontro de logo mais será cobrado por Sarkozy a cumprir metas:

¿ Não seria razoável. O Brasil tem uma matriz energética muito mais limpa que a francesa. O ministro do meio ambiente da França mostrou-se, na Polônia, muito interessado em conhecer nosso trabalho nessa área.

O encontro servirá para tratar dos acordos de cooperação ambiental entre os dois países. Entres eles, o que assegura um esforço conjunto para o fornecimento de energia sustentável.