Título: Passado de tranqüilidade
Autor: Sérgio Pardellas e Paulo de Tarso Lyra
Fonte: Jornal do Brasil, 13/02/2005, País, p. A7

Ao contrário das eleições para a presidência da Câmara nos velhos tempos, a que levou o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) ao mais alto cargo da Casa, em 2003, navegou num oceano de tranqüilidade. Ele foi eleito após amplo acordo partidário, inclusive com participação da oposição, que incluía a entrega de cargos no Congresso e o apoio do PT a candidatos de governadores nas assembléias legislativas.

Os maiores partidos de oposição, PFL e PSDB, selaram acordo para respeitar a indicação do maior partido da Casa, o PT, que elegeu 91 deputados. O entendimento se estendeu aos demais cargos da Mesa, seguindo o tamanho de cada bancada na eleição.

Pela formação das bancadas, o PT, o PFL e o PMDB ficaram com três comissões. O PSDB e o PPB, com duas. PTB, PL, PSB, PPS e PDT, com uma.

Ao fazer recente balanço de sua gestão, João Paulo Cunha disse que encerraria seu mandato sem mágoas nem ressentimentos, apesar de se sentir vítima da indefinição do governo na condução da emenda da reeleição das mesas do Congresso. Mas fez mea-culpa ao dizer que a emenda acabou sendo um erro político.

João Paulo lembrou que nos últimos dois anos o Congresso votou importantes projetos macroeconômicos, como a Lei de Falências e as reformas tributária e da Previdência. Mas também aprovou matérias que aprimoraram o arcabouço legal do país, como a reforma do Judiciário e os estatutos do Desarmamento, do Idoso e do Torcedor.

João Paulo ressaltou que a Câmara foi aberta à população, adotou maior transparência no funcionamento da Casa e que se votaram vários projetos de impacto na vida da população. Sobre as críticas recebidas pela Casa, em face do acúmulo de medidas provisórias que trancavam a pauta, João Paulo lembrou que essas MPs acabaram sendo votadas.