Título: Montadoras vão ter novo socorro
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Jornal do Brasil, 30/01/2009, Economia, p. A18

Banco do Brasil vai emprestar R$ 2,5 bi em recursos do FAT às revendedoras de carros usados

Viviane Monteiro

BRASÍLIA

Em mais uma tentativa de so- correr o setor de automóveis, o governo anunciará uma linha de crédito de capital de giro do Banco do Brasil, de R$ 2,5 bilhões, às revendedoras de carros usados. Os recursos serão provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), informaram fontes do Ministério do Trabalho ao Jornal do Brasil . A linha de crédito foi con- firmada ontem aos representantes do setor pelo vice-presidente de varejo e distribuição do Banco do Brasil, Milton Luciano dos Santos, em reunião em São Paulo, informou o presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Ilidio Gonçalves dos Santos.

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­ A linha de crédito está pra- ticamente liberada. Ou seja, ela já se encontra na fase final dos acertos técnicos ­ disse. Segundo Gonçalves dos Santos, o Banco do Brasil deve apresentar os detalhes técnicos da linha de financiamento até a próxima segunda-feira ­ apesar de a assessoria de imprensa do banco público não confirmar a medida. Os assessores afirmaram apenas que a linha de crédito está em estudo. Os revendedores de veículos usados querem uma carência de dois anos para a devolução do crédito.

E taxa de juros abaixo de 1,5% ao mês para o consumidor final. Essa será mais uma iniciativa que constará do novo pacote socorro do governo para estimular a economia e reduzir os efeitos da crise financeira mundial, a ser anunciado na próxima semana. O setor de habitacional social é uma das prioridades do governo nas novas medidas. O presidente da Fenauto calcula que a linha de crédito para as revendas de veículos usados deve beneficiar 10 mil empresários de um total de 42 mil lojas distribuídas no país. Os responsáveis pelo setor formalizaram o pedido ao ministro do Emprego e Trabalho, Carlos Lupi, em 21 deste mês, em Brasília. Na ocasião, o ministro garantiu a linha de crédito. Porém o ministro exigiu a garantia da manutenção do emprego no setor de revendas, responsáveis por 600 mil empregos diretos e indiretos.

Ou seja, o ministro pediu para que as revendas de veículos usados não repitam a prática das montadoras de automóveis que promoveram uma onda de demissão, um mês depois de o governo ter anunciado a redução de IPI para os carros novos, segundo o dirigente da Fenauto que participou da reunião. Os recursos do FAT podem ser destinados a programas de geração de emprego e renda, com taxas de juros mais baixas. Na ocasião, segundo Santos, o ministro prometeu encaminhar ao Ministério da Fazenda o pedido de desoneração tributária para as vendas de veículos usados e redução da taxa de juro para o consumidor, que também foi pleiteado pelos revendedores. Fonte do ministério informou que, por enquanto, nenhuma medida foi tomada em relação à tributação.

Os impostos que incidem sobre as vendas dos veículos usados são PIS, Cofins, IR, CSSL e ICMS, para incentivar as vendas e compensar a redução da alíquota de Produtos Industrializados (IPI) que foi concedida em dezembro último aos os modelos zero-km. A redução da alíquota do imposto entre 6,5% e 10% vigora até 31 de março. O objetivo da linha de crédito é socorrer os lojistas que tiveram perda de capital de 30% desde setembro em razão da depreciação, na mesma proporção, dos preços dos veículos usados. ­ Tivemos uma perda de 30% do nosso capital (por conta da crise) e precisamos desse dinheiro para recolocar o nosso capital e continuar na luta ­ disse o dirigente da Fenauto.